A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta sexta-feira a proprietária de um lar ilegal em Torres Novas em que morreram duas idosas com 90 e 92 anos.
A mulher, de 41 anos, é "suspeita da prática de dois crimes de maus tratos agravados pelo resultado morte, um crime de profanação de cadáver e dois crimes de maus tratos", avança a PJ em comunicado.
"Foi apurado que na sequência de maus tratos infligidos, duas das idosas vieram a falecer", adianta aquela força de segurança.
O cadáver de uma das idosas "foi ocultado por tempo ainda indeterminado, sem que a arguida comunicasse a morte ocorrida às autoridades competentes ou a familiares", refere a PJ.
A Judiciária adianta que arguida "arrendou uma casa que adaptou para casa de acolhimento, onde acolhia quatro idosas, cobrando uma mensalidade fixa, comprometendo-se a prestar os cuidados devidos às mesmas".
A arguida será agora ouvida em tribunal para ficar a conhecer as medidas de coação.
O lar ilegal funcionava em Riachos, no concelho de Torres Novas. A notícia de que a morte de uma utente de 90 anos tinha sido escondida à família foi conhecida na quinta-feira.
De acordo com o Correio da Manhã, os familiares deslocaram-se ao lar, na noite de terça-feira, com a intenção de mudar a idosa para outra instituição, no Entroncamento, mas foram impedidos pela proprietária de entrar. A GNR foi chamada ao local, que acabou por encontrar o cadáver numa cama, tapada por um lençol e em rigidez cadavérica.
À Renascença, o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, garante que não tinha conhecimento da existência deste lar e que soube do caso através das autoridades.
No mesmo dia, foi conhecido o caso de uma segunda morte naquele lar ilegal e que a Judiciária estava a investigar o caso.
A primeira idosa terá morrido na terça-feira e a outra na quarta-feira, dia em que foi feita uma chamada para o 112.