Em maio vai partir para o Iraque o 7º contingente nacional, totalmente preparado nos Açores.
São 30 os militares que se encontram agora em fase de prontidão. Vão treinar as forças iraquianas, substituindo a força que está no terreno desde novembro.
Para além da instabilidade no terreno provocada pelos ataques do Estado Islâmico, os portugueses vão enfrentar outro grande desafio, o calor extremo a que estes militares dos Açores não estão habituados, com temperaturas que podem chegar aos 60 graus e que estão a preocupar os militares.
O comandante da força, major Bruno Esteves, não esconde que a missão teve de ser adaptada ao calor que se espera
“Esta é uma missão desgastante, pelas condições atmosféricas adversas que vamos apanhar, vamos apanhar picos de temperatura na casa dos 60 graus e há um desgaste natural na esforça, porque a instrução começa muito cedo, tem um horário muito específico, em julho e agosto às 5h30 da manhã já estamos a dar instrução e por vezes chegamos às 10h30 ou 11h e a instrução tem de acabar porque já não há condições, tanto para nós como para os iraquianos”.
O 7º contingente nacional vai ficar em Besmaya de onde só vão sair para dar instrução em diversas áreas, mas, sobretudo, em tiro, uma das fragilidades das forças iraquianas e por isso vai fazer parte da instrução, mas o comandante da força admite que esse treino prático traz perigos para os portugueses
“Esta é uma tarefa não só crítica para eles, enquanto combatentes, mas também para nós porque é uma das tarefas que tem mais risco para nós. É o único momento em que o soldado iraquiano está à nossa frente armado e preparado para fazer fogo”, explica.
A experiencia dos contingentes anteriores trazem tranquilidade aos militares prestes a partir. A ameaça é real, já é conhecida e passou a ser mais urbana, por isso nos Açores é isso que se prepara para depois ensinar aos iraquianos.
O treino em Portugal é todo feito em Inglês porque é assim que vai acontecer no Iraque, com recurso a interpretes.
Aos 29 homens militares junta-se uma única mulher. A tenente Marina Balinha vai treinar homens iraquianos que não estão habituados a obedecer a mulheres, mas não se assusta e está focada na missão. “Vou planear as equipas de engenharia, todas as equipas que vão dar formação contra engenhos explosivos improvisados. Vão aprender a reagir e que medidas tomar para evitar problemas se virem alguma coisa.”
Vão ser seis meses de missão a treinar as forças iraquianas a combater o autoproclamado estado islâmico, dos Açores para o Iraque.