Exploração de lítio em Portugal “não é viável” e pode ser uma “fraude”
10-02-2020 - 18:45
 • Henrique Cunha , com redação

Presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude contra os planos de exploração de lítio em Portugal. Só num contexto extremo, em que acabem as reservas mundiais, é que as reservas nacionais são viáveis, defende Óscar Afonso.

Não é viável a exploração de lítio em Portugal, afirma o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, Óscar Afonso, em declarações à Renascença.

“A evolução dos preços, com a dimensão das reservas e com os custos fixos e variáveis associados ao projeto, não consigo perceber como é que pode ser viável”, defende o professor da Faculdade de Economia do Porto.

As reservas de lítio em Portugal são “insignificantes”, diz Óscar Afonso, que prevê o abandono precoce das explorações.

Só num contexto extremo, em que acabem as reservas mundiais, é que o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude admite a aposta numa exploração, por exemplo, em Montalegre.

Óscar Afonso considera que a eventual utilização de fundos comunitários para a instalação em Portugal de uma refinaria de lítio pode ser entendida como uma fraude.

“Se eu achar que as pessoas sabem que aquilo não é rentável e mesmo assim avançam, porque o objetivo é aceder a fundos comunitários, que compensam isso e, portanto, não se importam, isso é uma coisa fraudulenta em relação às pessoas que lá vivem e em relação ao resto da Europa. Se eu acreditar que as pessoas sabem isso e, mesmo assim, querem avançar: é uma fraude”, conclui o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude.