PJ detém 20 skinheads por crimes de ódio e discriminação racial
08-11-2016 - 16:13

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa indica que os suspeitos pertencem “aos skinheads neonazis liderados pelo mais violento e organizado grupo de extrema-direita" com origem nos Estados Unidos.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta terça-feira, vinte pessoas no decurso de uma investigação relacionada com crimes de discriminação racial. Quatro dos detidos são suspeitos de ofensa físicas graves e tentativa de homicídio.

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) refere que os suspeitos pertencem “aos skinheads neonazis liderados pela hammerskin nation, o mais violento e organizado grupo de extrema-direita, formado em Dallas, em 1988".

Discriminação racial, religiosa e sexual, homicídio qualificado, ofensa à integridade física graves, roubo e dano são os crimes imputados aos 20 detidos.

A organização "hammerskin nation", que se expandiu pelos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, tem o propósito de fomentarem acções violentas contra pessoas de raça negra, indianos, de orientação sexual diferente da deles e refugiados, usando as redes sociais da internet para o incitamento ao ódio, discriminação racial, perseguição e violência física,

Os membros desta organização perfilham a ideologia nazi e exaltam a superioridade da raça branca, pretendendo em Portugal expulsar ou impedir a entrada no país de todas as minorias étnicas, acrescenta a PGDL.

Segundo o MP, os suspeitos, entre 3 de Novembro de 2013 e 20 de Setembro de 2015, terão agredido vários pessoas e tentado causar a morte de uma outra, bem como roubado com violência e danificado bens das vítimas.

Buscas

A PGDL indica ainda que foram emitidos mandados de busca e detenção visando 17 suspeitos e 35 residências, designadamente em Braga, Lisboa e Albufeira.

Por seu lado, em comunicado, a PJ adianta que na operação policial foram executadas buscas domiciliárias, que permitiram cumprir 16 mandados de detenção, tendo ainda sido detidos outros quatro elementos suspeitos de pertencerem a "uma estrutura criminosa que vinha cometendo crimes de ofensa física qualificadas, em alguns casos agravadas e até tentativas de homicídio, crimes motivados pela diferença de raça ou orientação sexual das vítimas".

Segundo a PJ, a investigação apurou ainda que foram cometidos outros crimes de idêntica natureza, tendo como vítimas cidadãos que perfilham uma ideologia antifascista e antagónica à dos agora detidos.

A investigação foi feita pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), em inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação penal (DIAP) de Lisboa.

Os detidos vão submetidos a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.

[notícia actualizada às 16h45]