O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumpriu, na quarta-feira, a sua primeira visita a uma mesquita americana, onde aproveitou para agradecer aos muçulmanos os seus contributos para a sociedade americana.
Num discurso em que apelou à liberdade religiosa e à tolerância, Obama não esqueceu a existência de correntes fundamentalistas que, na sua opinião, “pervertam” o verdadeiro Islão. Aos presentes, contudo, Obama disse que queria deixar uma palavra que a maioria deles raramente ouvia: "Obrigado".
“Obrigado por servirem a vossa comunidade”, disse, citando vários exemplos de muçulmanos americanos que obtiveram sucesso nos ramos da medicina, da arquitectura, do desporto e não só.
O Presidente dos EUA lamentou a existência de terroristas e reconheceu a injustiça de os muçulmanos moderados serem constantemente instados a distanciar-se dos seus actos.
“Reconheço que por vezes isso possa parecer injusto”, disse Obama, recordando que ninguém pediu à comunidade branca que condenasse o homem que matou vários negros numa Igreja, no ano passado.
Num recado dirigido aos membros de outras religiões, nomeadamente aos cristãos que são a maioria no país, Obama disse que a maioria provavelmente nunca tinha sequer entrado numa mesquita mas que esta não era muito diferente das suas igrejas ou sinagogas. “É um local onde as famílias vêm para orar e expressar o seu amor por Deus e uns pelos outros”.
Embora Barack Obama já tenha visitado outras mesquitas nas suas visitas ao estrangeiro, esta foi a primeira vez que visitou um local de culto muçulmano nos EUA, pelo menos desde que assumiu a presidência. O seu antecessor, George W. Bush, já tinha visitado uma mesquita em Washington, apenas uma semana depois dos ataques do 11 de Setembro.
A visita de Obama dá-se numa altura em que os casos de intolerância religiosa anti-islâmica têm aumentado no país.