Seca. CAP acusa Governo de não dar prioridade à agricultura
03-10-2022 - 07:41
 • Filipa Ribeiro com Renascença

A escassez de água e a seca são os temas em cima da mesa na reunião do Conselho Nacional da Água com o ministro do Ambiente.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) acusa o Governo de não dar prioridade aos problemas do sector como a escassez água e alerta que vários agricultores estão em risco de abandonar os terrenos.

O presidente da confederação acusa o Governo de não dar prioridade aos problemas do setor devido à falta de água e diz ser urgente conhecer quais os projetos planeados para a agricultura.

“O sector tem de ser informado, sobre o que é que o Governo pensa fazer em relação a esta temática, porque isso vai condicionar muito as decisões dos agricultores em continuarem ou não a fazer investimentos”, defende Eduardo Oliveira e Sousa.

À Renascença, o presidente da CAP diz não esperar “obter naquela hora respostas absolutas, mas pelo menos que nos seja transmitido o pensamento de momento do Governo sobre estas matérias, que não tem sido uma prioridade nem para o Governo, nem para os ministérios do ambiente e da agricultura”.

De acordo com Eduardo Oliveira e Sousa, se nada for feito é esperado que grande parte dos agricultores abandonem os terrenos nos próximos meses, situação que poderá contribuir para o aumento da desertificação e dos incêndios no país.

Defende ser urgente encontrar soluções. “Não somos contra a que a água corra para o mar, ela tem que correr para o mar, agora se é 80%, mas se passasse a ser 50, 60% … 70% a outra parte poderá resolver muitos dos problemas que temos em mãos.”

“Precisamos de investir em mais infraestruturas de armazenamento estrategicamente colocadas, temos que pedir à engenharia, que nos explique como poderemos utilizar nos terrenos mais carenciados e que não têm chuva, água dos territórios que recebem mais chuva”, acrescenta.

A CAP vai estar representada, esta segunda-feira, no Conselho Nacional da Água e onde é esperado que Eduardo Oliveira e Sousa confronte o secretário-geral que na última semana defendeu que a água deveria passar a ter custos para que os agricultores poupassem mais o recurso.