Covid-19. Maior fator genético de risco vem dos Neandertais
30-09-2020 - 23:33
 • Renascença com Reuters

A presença de um conjunto de genes no cromossoma 3 está associado a maior probabilidade de necessidade de hospitalização e respiração medicamente assistida.

Um grupo de genes herdados dos Neandertais, os "primos" extintos dos humanos, é considerado o maior fator genético de risco relativo à Covid-19. Quem o possui tem maior probabilidade de precisar de hospitalização e de respiração medicamente assistida.

Um grupo de investigação do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, na Alemanha, comparou os perfis genéticos de cerca de 3.200 pacientes hospitalizados com Covid-19 e quase 900 mil pessoas da população em geral.

A conclusão foi que um conjunto de genes, no cromossoma 3, herdado dos Neandertais, que viveram há mais de 50 mil anos, está associado a 60% de maior probabilidade de necessidade de hospitalização após contração do novo coronavírus. Além disso, pessoas com Covid-19 que tenham herdado este conjunto de genes têm maior probabilidade de precisar de respiração medicamente assistida.

Embora não tenham conseguido apurar por que razão este conjunto de genes confere maior risco à contração do novo coronavírus, os investigadores concluíram que, "relativamente à pandemia atual, é evidente que o fluxo genético dos Neandertais traz consequências trágicas".

A prevalência destes genes varia em todo o mundo, de acordo com um relatório publicado na revista científica "Nature", esta quarta-feira. No sul da Ásia, cerca de 30% das pessoas têm-nos, ao passo que na Europa só estão presentes em um sexto das pessoas. Por outro lado, são quase inexistentes em África e no Extremo Oriente.