António Costa visita Irpin e pede que crimes de guerra sejam "apurados e punidos"
21-05-2022 - 09:51
 • Inês Braga Sampaio

Primeiro-ministro condena ataques das tropas russas às populações civis: "É absolutamente criminoso e visa a pura destruição da vida das pessoas e do futuro de um país."

António Costa mostrou-se incomodado com a devastação que encontrou em Irpin, na sequência da guerra na Ucrânia.

Em visita àquela localidade nos arredores de Kiev, o primeiro-ministro admitiu aos jornalistas que ver o resultado a invasão russa ao vivo, em vez da televisão, "é absolutamente devastador".

"É muito duro ver a brutalidade que se percebe que aconteceu sobre as populações civis. Sabemos que a guerra é sempre dramática, mas quando afeta os civis já não estamos a falar de uma guerra normal. É absolutamente criminoso e visa a pura destruição da vida das pessoas e do futuro de um país", lamentou o chefe do Executivo.

O Tribunal Penal Internacional e a ONU estão a investigar possíveis crimes de guerra cometidos pelas tropas russas na Ucrânia. António Costa espera que haja consequências para quem visou civis:

"É fundamental que a investigação prossiga e que todos os crimes de guerra sejam devidamente apurados e punidos. Há ordens de moralidade que têm de ser preservadas. Isto é inadmissível."

Mais tarde, no Twitter, António Costa assumiu que a visita a Irpin "vai ficar para sempre" na sua memória.

"O nível de destruição e violência é absolutamente devastador. Testemunhei aqui a evidência de ataques cruéis, indiferenciados e, a todos os títulos, injustificados. As guerras atingem sempre pessoas inocentes. Famílias que aqui tinham as suas vidas organizadas, os seus trabalhos, o seu bairro e tiveram de abandonar tudo para tentarem salvar as suas próprias vidas. O que me impressiona mais é mesmo a brutalidade contra civis", escreveu o primeiro-ministro.


Costa está em Kiev a convite do seu homólogo ucraniano, Denys Shmygal, depois de ter estado nos últimos dias na Roménia e na Polónia, de onde partiu para uma viagem de comboio até à capital ucraniana.

O primeiro-ministro português, que está acompanhado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, e pelo embaixador de Portugal na Ucrânia, António Alves Machado, terá também um encontro com Denys Shmygal.

[notícia atualizada às 12h16]