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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros condena os insultos racistas a Moussa Marega, jogador do FC Porto, durante o jogo com o Vitória de Guimarães, que levaram o avançado maliano a deixar o relvado, aos aos 71 minutos. Augusto Santos Silva considera que este caso é prejudicial para a reputação de Portugal no estrangeiro.
"Prejudica a imagem internacional de Portugal e Portugal não merece ser prejudicado assim", afirmou o ministro, esta segunda-feira, no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Augusto Santos Silva salientou que este caso "é mais uma manifestação da negação da dignidade humana". A ação contra esse tipo de manifestações, defende o chefe da diplomacia portuguesa, deve ser "intransigente".
"Portugal é um país justamente reconhecido e justamente respeitado. Não por não ter racismo, porque, infelizmente, esse mal existe por muito lado, mas por o racismo não ter uma expressão social significativa, não ter expressão política (...) nem ocupar o espaço público", realçou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros acredita, portanto, que os supostos insultos racistas a Marega representam "uma violentação inaceitável de um cidadão que é jogador de futebol, maliano de nacionalidade, e que tem de ser defendido".
Antes de abandonar o relvado, ao minuto 71, Marega marcou o golo da vitória do FC Porto (1-2) sobre o Vitória. Resultado que permitiu ao clube encurtar a vantagem do Benfica, líder da I Liga, para um ponto.
Indignação chega às mais altas instâncias
O primeiro-ministro foi dos primeiros a reagir a este caso. No Twitter, António Costa assinalou uma "dupla vitória" de Marega, pelo golo marcado e pela decisão de abandonar o relvado.
A investigação está em curso, mas a PSP admite que ainda não identificou os responsáveis pelos insultos racistas a Marega. O intendente Nuno Carocha explica que o trabalho de identificação prossegue com recurso às câmaras de videovigilância do estádio.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa também já condenou o episódio e deixou um apelo ao sentido cívico e bom senso.
A Renascença confirmou que a Procuradoria-Geral abriu inquérito ao sucedido no D. Afonso Henriques.