“Isto não é um reality show”, diz ministra da Justiça sobre crimes de Aguiar da Beira
20-10-2016 - 18:26

Francisca Van Dunem invoca a delicadeza da situação e garante que não há descoordenação entre as polícias envolvidas.

A investigação aos homicídios de Aguiar da Beira “não é um ‘reality show’”, afirma a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.

À margem da sessão comemorativa dos 71 anos da Polícia Judiciária, em Lisboa, Francisca Van Dunem invocou a delicadeza da situação e garantiu que não há descoordenação entre as polícias envolvidas.

“Este é um caso de uma grande delicadeza em que já se perderam várias vidas humanas e em que está a ser desenvolvido um trabalho que envolve delicadeza porque pressupõe que se está a fazer tudo para que não se percam mais [vidas humanas].”

“Infelizmente, isto não é um ‘reality show’, e não pode ser tratado como tal. É preciso dar espaço para que as polícias trabalharem e, sobretudo, é preciso que não nos ponhamos a criar factores laterais, ideias de que há problemas de descoordenação. Não há problema rigorosamente nenhum”, sublinha a ministra da Justiça.

O director nacional da Polícia Judiciária, Almeida Henriques, pede serenidade neste caso dos crimes de Aguiar da Beira e da perseguição ao suspeito, Pedro Dias, que está em fuga há dez dias.

“Temos que conciliar aqui diversas vertentes. Temos que recolher informação, temos que a tratar, temos que agir de uma forma a que se este homem voltar a ser localizado ou se entrega ou terá de ser detido. Este homem, quando voltar a ser encontrado, o que nós queremos é parar esta fuga, para que as populações sosseguem e para podermos desenvolver outras investigações”, sublinha Almeida Henriques.

O homem procurado é suspeito de matar um militar e um civil, em Aguiar da Beira, distrito da Guarda, além de ter causado ferimentos a outras duas pessoas, uma delas também militar da GNR, e tem sido procurado pela GNR e pela Polícia Judiciária desde o dia 11, data dos primeiros acontecimentos.

Na fuga, Pedro Dias terá sido já localizado em Arouca, distrito de Aveiro, de onde será natural, e na zona de São Pedro do Sul, onde um militar da GNR se terá baleado a si próprio.

No domingo, uma patrulha da GNR também terá localizado o suspeito, em Vila Real, mas o homem acabou por conseguir novamente fugir.

Na segunda-feira, ao final da tarde, junto à aldeia de Carro Queimado, foi encontrada a viatura que o homem terá roubado em Arouca para se deslocar até Vila Real.

Em Arouca, o homem terá sequestrado duas pessoas, causando-lhes igualmente alguns ferimentos.