CDS diz que número de utentes à espera de cirurgia é “chocante e dramático"
03-07-2019 - 19:42
 • Renascença com Lusa

Em quatro anos, duplicou o número de cirurgias em atraso. “O acesso aos cuidados de saúde piorou com o Governo socialista”, acusam os centristas.

O CDS-PP considerou esta quarta-feira “chocante e dramático” o número de portugueses em lista de espera para cirurgias além do tempo recomendado e criticou a desresponsabilização com que a ministra da Saúde reage à situação.

Horas depois da manchete do Público, que dá conta da duplicação, em quatro anos, do número de cirurgias em atraso, a deputada do CDS Isabel Galriça Neto citou a notícia para dizer que “o acesso aos cuidados de saúde piorou com o Governo socialista”. “Mais de 45 mil portugueses estão à espera de cirurgia para além do tempo recomendado, alguns deles são doentes oncológicos. Isto é chocante, isto é dramático”, afirmou Galriça Neto aos jornalistas, no parlamento.

Para a deputada do CDS, “exigia-se uma resposta muito diferente” da ministra da Saúde, Marta Temido, além do que tem dito, de que “não há caos na saúde em Portugal”. È "uma menorização, uma secundarização" para um problema num setor como a saúde, em Portugal, criticou ainda.

Já hoje, a ministra da Saúde reconheceu "dificuldades" no combate às listas de espera, mas citou dados de maio indicando que diminuiu em dez mil o número de utentes em espera há mais de um ano.

Confrontada com dados que indiciam uma duplicação das listas de espera ao nível das cirurgias, a ministra da Saúde negou estar em causa algum falhanço da parte do atual executivo. "Este Governo tem garantido o mecanismo de vales cirúrgicos, que os utentes podem acionar quando esperam para além dos tempos de resposta máximos garantidos. Temos consciência que há um problema com o acesso a um serviço público universal e tendencialmente gratuito, como o SNS, sabemos que há dificuldades, mas estamos a trabalhar para as ultrapassar", acrescentou.

Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, entre final de 2015 e final de 2018 foram feitas mais 589 mil consultas médicas nos centros de saúde, mais 184 mil consultas nos hospitais e um acréscimo mais ligeiro de cirurgias – mais cerca de 18 mil.

A redução dos tempos de espera na saúde é uma das reivindicações dos médicos que iniciaram na terça-feira dois dias de greve nacional. Para hoje à tarde está prevista uma manifestação frente ao Ministério da Saúde.