"Como é um programa feito para quatro anos e meio -- não é feito para amanhã, nem para hoje -- não é um programa de medidas de urgência ou de emergência. Não é. É um programa feito com um horizonte mais vasto", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. .
O Presidente da República falava aos jornalistas à saída do 24.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, que decorreu hoje na reitoria da Universidade de Lisboa, tendo sido acompanhado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.
Marcelo Rebelo de Sousa, que disse ter lido o programa no sábado, afirmou que há uma "preocupação muito abrangente" no documento do executivo, que é "nitidamente um programa feito para quatro anos e meio, e não tanto preocupado com o imediato, com aquilo que se vive neste momento".
"Nesse sentido, corresponde ao programa eleitoral apresentado pelo partido que exerce funções de Governo, mas é um programa virado para um futuro que não é o imediato", reforçou. .
Questionado pelos jornalistas se considera o programa "omisso", designadamente no que se refere à área da saúde, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Eu não penso que seja omisso, porque estão lá as questões todas".
"Se se está à espera dizer como é que cada pista vai ser prosseguida, quanto é que isso vai custar, quando é que isso é feito, é compatível ou não com aquilo que está na alínea seguinte, no número anterior, no número seguinte, isso depois é um problema já de escolhas e de meios para fazer as escolhas", afirmou.
O chefe de Estado considerou que "praticamente tudo aquilo que é preocupação na saúde, e relacionado com o diagnóstico da situação da saúde em Portugal, está lá".
"No domínio da saúde, abre pistas nos mais diversos setores e áreas, (...) cobrindo praticamente todos os domínios em que se sente que é importante apostar na saúde. Permite isso o diálogo? Acho que sim. É fundamental que haja o diálogo? Acho que sim. Quanto mais depressa e mais fecundo, melhor. Agora, vamos ver", sublinhou.
O Presidente da República reiterou que "há espaço para o diálogo e para entendimentos" na área da saúde, não só "entendimentos político-partidários", mas também "entendimentos com os parceiros sociais", que considerou serem "fundamentais".
Marcelo frisou, no entanto, que, no que se refere às condições de diálogo, "às vezes não é só um problema de boa vontade, é um problema também de meios, de instrumentos".