Partilhar bens e reutilizar. Consumidores já mudaram, mas é preciso ajuda das empresas
30-03-2022 - 18:00
 • Cristina Nascimento , João Campelo (sonorização)

Uma consumidora preocupada com o ambiente e um jurista da Deco olham para o fenómeno da economia partilhada e da economia circular. As mentalidades mudaram, a net veio ajudar a consumos mais responsáveis, mas as empresas e a legislação ainda criam entraves.

As empresas precisam de mudar para ajudar os consumidores a ter consumos mais amigos do ambiente. É a opinião de Paulo Fonseca, jurista da Deco.

A associação de defesa do consumidor garante que os consumidores têm agora uma nova mentalidade na hora de comprar.

“Os consumidores querem cada vez mais produtos que sejam mais duráveis, que se evite que o produto que eu adquiri há dois anos se transforme rapidamente num resíduo ou que os novos produtos que eu venha a comprar incorporem elementos de outros produtos anteriores, numa lógica de economia circular”, explica o jurista.

No entanto, acrescenta, do lado das empresas e da legislação o que há é “uma garantia de três anos em vigor que não serve de muito”.

Partilhar bens ou garantir a reutilização de bens é uma prática que já é presente em muitos consumidores.

É o caso de Sara Esteves, 36 anos, mães de dois filhos e artista têxtil.

“Eu diria que a parte toda da roupa é uma parte que para mim é bastante evidente e provavelmente mais marcante há mais anos. Praticamente eu só compro roupa em segunda mão, quer para mim, quer para os meus filhos, e muita da roupa nova que vou tendo é feita por marcas amigas e pequenas, de pessoas amigas, que também têm esse tipo de preocupações e a esmagadora maioria são feitas com tecidos também eles provenientes de um ‘mindset’ circular”, explica.