Esqueça as bolachas de água e sal. Portugueses criam bolachas de água e salicórnia
16-04-2021 - 06:23
 • Liliana Carona

Mais de duas dezenas de investigadores estão a desenvolver ensaios com jovens adultos na substituição do sal pela salicórnia, nas tradicionais bolachas de água e sal. Painel sensorial reconhece-as como mais saborosas e mais saudáveis.

Mastigar e ingerir uma bolacha de água e sal faz melhor à saúde se, em vez do sal for salicórnia, uma planta que se encontra nas salinas.

“Colhemos a salicórnia no Espaço Museológico da Figueira da Foz, à marinha da cobra e temos outro colaborador da empresa Verdes Verdades”, começa por explicar Aida Moreira da Silva, da Unidade de Química e Física Molecular da Universidade de Coimbra e docente da Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico, da cidade dos estudantes.

É ela a coordenadora do projeto IDEAS4life – novos ingredientes alimentares de plantas marítimas, que foi aprovado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia.

“230 mil euros de dinheiros públicos, o que significa que socialmente é uma responsabilidade enorme”, refere Aida Moreira, que também recentemente falou à Renascença da investigação da camarinha, relacionada com este projeto.

As bolachas de água e sal ou 'crackers' estão a ser analisadas na substituição do sal pela salicórnia. “Fizemos protótipos de bolachas com substituição do sal usando a salicórnia, que faz parte do projeto, numa parceria com a Dancake”, revela a docente, explicando que já há “ensaios a decorrer com jovens adultos na Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Coimbra e temos já resultados que irão ser publicados quando forem retomados os congressos presenciais”, declara.

Aida Moreira desvenda um desses resultados: "a vantagem de não apresentar os problemas da hipertensão. Os resultados que obtivemos em adultos saudáveis mostraram esses indícios, precisamente”, avança, realçando que também fizeram bolachas doces.

“Quer nas de água e sal, quer nas doces, os investigadores substituíram o sal pelo extrato da planta da salicórnia e há fotografias muito bonitas”, garante Aida Moreira, que coordena o projeto.