Papa nomeia D. Tolentino Mendonça como cardeal a 5 de outubro
01-09-2019 - 11:28
 • Renascença com Agência Ecclesia

O nome de D. José Tolentino Mendonça foi o segundo a ser anunciado, numa lista que inclui colaboradores diretos do Papa e responsáveis de várias dioceses do mundo.

O arcebispo português D. José Tolentino Mendonça, bibliotecário e arquivista da Santa Sé, será feito cardeal no dia 5 de outubro, anunciou este domingo o Papa Francisco, após a recitação do Angelus.

O consistório para a criação de 13 novos cardeais (10 eleitores) está marcado para 5 de outubro, no Vaticano.

O nome de D. José Tolentino Mendonça foi o segundo a ser anunciado, numa lista que inclui colaboradores diretos do Papa e responsáveis de várias dioceses do mundo.

Veja o momento do anúncio, a partir do minuto 23

D. Tolentino de Mendonça será um dos mais novos cardeais a integrar o colégio cardinalício, sendo o mais jovem logo após D. Dieudonné Nzapalainga, cardeal da República Centro-Africana, de 52 anos.

Pela primeira vez na história, Portugal passa a ter cinco cardeais: três eleitores, D. Manuel Clemente, D. António Marto e D. José Tolentino; e dois eméritos, D. José Saraiva Martins e D. Manuel Monteiro de Castro.

Tolentino Mendonça, além de arcebispo, é poeta, ensaísta e tradutor e foi vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, até à sua nomeação episcopal em 26 de junho de 2018.

Doutorado em Teologia Bíblica, nasceu em Machico, em 1965, e foi ordenado padre em 1990.

Em 2015, foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada pelo então presidente da República Cavaco Silva.

Em 2018, orientou o retiro quaresmal que o Papa Francisco cumpriu em Ariccia, nos arredores de Roma.

Foi ordenado arcebispo a 28 de julho de 2018. Começou a exercer funções como arquivista e bibliotecário da Santa Sé em setembro do mesmo ano.

Na sua ordenação como arcebispo, Tolentino Mendonça assegurou que continuará a ser padre e escritor, mas irá também “preservar aquele repositório, que é um grande tesouro da igreja e da humanidade, e ao mesmo tempo pô-lo a dialogar com a contemporaneidade”, afirmou na altura.

Em maio deste ano, D. Tolentino Mendonça lamentou que as bibliotecas sejam "olhadas como depósitos do passado e não como centros de cultura" e que estejam a ser destruídas numa "época de barbárie".

Marcelo manifesta “júbilo” pelo nomeação de D. Tolentino

O Presidente da Repúblicajá manifestou o seu “mais profundo júbilo” pela escolha de D. Tolentino Mendonça para cardeal.

D. Tolentino Mendonça vai presidir à comissão organizadora das comemorações do 10 de junho no próximo ano, anunciou, no último mês, Marcelo Rebelo de Sousa.

D. Tolentino Mendonça fará o discurso do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que terá lugar na região autónoma da Madeira e, eventualmente, também na África do Sul.

Uma carreira "brilhante"

A jornalista da Renascença Aura Miguel considera que a nomeação de D. Tolentino Mendonça como cardeal é "o culminar de uma carreira brilhante".

"Recorde-se que, Tolentino, em 2018, ainda era sacerdote. Há dois anos, foi o pregador do retiro do Papa e, apenas no verão do ano passado, foi sagrado bispo após a sua nomeação para o cargo que agora ocupa na Cúria Romana", explica a vaticanista.

"Será um dos mais novos cardeais a integrar o colégio cardinalício, com um percurso de prestígio agora confirmado pelo Papa Francisco, com esta nomeação, ao mais alto nível".