Igreja quer fim do estado de emergência na Venezuela. É “perigoso e “negativo”
02-06-2016 - 06:59

Arcebispo de Caracas lembra que nem o ex-presidente Hugo Chávez, em momentos de crise, optou por decretar o estado de excepção.

A Igreja Católica pediu na quarta-feira ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para revogar o estado de excepção e emergência económica que decretou a 12 de Maio por considerar que é "perigoso" e "negativo" para o país.

"O estado de excepção não ajuda em nada a resolver os problemas dos venezuelanos, pelo contrário, agrava a situação política, social e económica. É um decreto extremamente negativo e, portanto, deve ser levantado de imediato", disse o arcebispo de Caracas, Jorge Urosa Savino, em comunicado.

No texto, lembra que "nem sequer nos momentos mais difíceis, em Abril de 2002 [quando o ex-Presidente Hugo Chávez foi afastado temporariamente do poder] e em Janeiro de 2003 [greve geral], o Presidente Hugo Chávez decretou o Estado de Excepção".

A Venezuela enfrenta grandes dificuldades económicas: as suas receitas reduziram-se em 70%, tem a inflação mais alta do mundo e uma grave escassez de produtos básicos (comida e medicamentos), tendo também sido decretado um racionamento eléctrico.

A combinação das diferentes crises levou a uma escalada da tensão, que por vezes tem gerado múltiplos confrontos nas ruas, saques a lojas e roubos.

Em Maio, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, renovou por um ano o "estado de emergência económica" do país que havia sido inicialmente decretado por um período de 120 dias.