Como comunicar Deus?
13-12-2016 - 07:11
 • Olímpia Mairos

Padres da diocese de Bragança-Miranda vão aprender a valorizar a palavra e a “tomar consciência” de que existe sempre “um público à sua frente”, que é ouvinte e não para martirizar.

Os padres da diocese de Bragança-Miranda vão estar em formação sobre comunicação esta terça e quarta-feira. O objectivo é “ajudar os presbíteros da diocese a valorizar a comunicação ‘ad intra’ e ‘ad extra’, dentro das comunidades cristãs e para a sociedade em geral”, refere à Renascença o padre José Bento, Vigário Episcopal para a Acção Pastoral.

“Hoje, a palavra é o grande veículo que nos leva a estabelecer uma relação com as pessoas, é o primeiro momento dessa relação e achamos que os sacerdotes precisam de ter uma formação adequada que valorize precisamente a palavra como dom, como graça e também como presença de Deus”, considera o padre Bento.

A formação é dirigida a todos os sacerdotes da diocese e desenvolve-se por arciprestados, “na realidade territorial de cada sacerdote”. Está a cargo do padre Américo Aguiar, presidente do conselho de gerência da Grupo Renascença Multimédia e director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

“A pessoa que convidámos para dar a formação é exímia na arte de comunicar e certamente, a partir deste momento, os sacerdotes da nossa diocese ficarão mais aptos e mais conscientes da necessidade de comunicar bem, de comunicar de uma forma compreensível para todos aqueles que nos escutam”, frisa.

A formação não será tanto ligada ao directório homilético, mas “será, sobretudo, sobre a forma como comunicar Deus. Sobre a forma mais adequada de usar da palavra, o porquê de usar determinadas palavras que são compreensíveis e são compreendidas. E também a questão do tempo”, explica o vigário episcopal para a acção pastoral.

E em termos de tempo, o padre José Bento considera que “é importante tomar consciência que o sacerdote tem um público sempre à sua frente, e que aquele público também tem paciência” e acredita que esta formação vai “ajudar os sacerdotes a saberem beneficiar da presença de um público ouvinte e a não martirizarmos, com as nossas palavras, esse público que nos está a escutar e, sobretudo, quer que nós lhe falemos de Deus”.