​Bruxelas pode perdoar défice excessivo causado pelo Banif
22-12-2015 - 11:40

Para não variar, o Banif é o tema que se destaca hoje na imprensa portuguesa. O rescaldo das eleições em Espanha e os números assustadores da chegada de refugiados compõem o resto da actualidade.

O “Diário Económico” diz que “o Banco Central Europeu retirou o estatuto de contraparte ao Banif na passada quarta-feira, no seguimento à corrida aos depósitos”. Uma decisão semelhante à que acelerou o colapso do BES em 2014. O jornal cita, ainda, a carta que a antiga ministra Maria Luís Albuquerque escreveu à Comissão Europeia e que mostra que o anterior Governo adiou a solução do Banif para não prejudicar a saída limpa do programa de assistência financeira.

No “i”: “Bruxelas fecha os olhos à derrapagem no défice com o Banif”. E no “Jornal de Notícias”: “Défice público sobe já 2.255 milhões de euros e deve chegar aos 4% mas Bruxelas vai perdoar”.

O “Público” diz que Bruxelas alargou o prazo para venda do Novo Banco. “A Comissão Europeia considera positivos os esforços do estado português para auxiliar a instituição bancária, com vista ao relançamento do processo de venda”.

Outro título no “Público”: “Bancos europeus continuam a reforçar capital”. De acordo com a Autoridade Bancária Europeia “As instituições estão a captar mais depósitos, apesar das taxas de juro baixas”.

Ainda o caso Banif, o “Correio da Manhã” diz que a ex-ministra das Finanças quis substituir, este ano, a actual administração do banco, liderada por Jorge Tomé. Numa carta escrita à Comissária Europeia da Concorrência, a que o “Correio da Manhã” teve acesso, “Maria Luís Albuquerque lamenta-se da recusa a dois convites que fez para CEO daquela instituição financeira”.

O jornal cita, ainda, declarações do Primeiro-ministro a dizer que o apoio público ao Banif vai ter repercussões no défice deste ano, “embora não seja considerado por Bruxelas para o procedimento de défice excessivo”.

O “Diário de Notícias” diz que “Carlos Cruz admite pedir revisão da sentença”. O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem admite que o processo Casa Pia pode não ter sido equitativo e vai apreciar pedido de Cruz.

O “Negócios” conta que “Portugal foi o país da União Europeia com maior aumento de preços” nas telecomunicações. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, em Novembro o aumento foi de 4,41%. No resto da Europa a tendência é de queda.

Em Espanha, o resultado das eleições de Domingo continua em destaque. O “El País” escreve em título “Forte queda nas bolsas e cautela na Europa”. Segundo o jornal foram poucos os Primeiros-ministros europeus que se pronunciaram sobre a vitória do PP sem maioria absoluta, e os que o fizeram optaram pela cautela. O presidente da Comissão Europeia pediu um Governo estável para Espanha.

O “El Mundo” diz que o Banco de Espanha admite que a incerteza política pode prejudicar o crescimento da economia em 2016.

O britânico de “Guardian” cita dados da Organização Internacional das Migrações e diz que este ano chegou à Europa mais de um milhão de pessoas, entre migrantes e refugiados.

A “Reuters” actualiza os dados das Nações Unidas que confirmam a entrada na União Europeia – por terra e por mar - de mais de um milhão de migrantes e refugiados. Pelo menos 3.600 morreram a tentar.