NATO suscita polémica entre Trump e Macron. “É uma declaração muito desagradável”
03-12-2019 - 16:15
 • Renascença

Presidente francês acusou a Aliança Atlântica de estar em "morte cerebral". Trump considera "desrespeitoso" e afirma que "ninguém precisa mais da NATO do que França".

O Presidente dos estados Unidos, Donald Trump, classificou uma afirmação de Emmanuel Macron sobre a NATO fcomo um insulto e uma "declaração muito, muito desagradável".

O Presidente francês afirmou, numa entrevista ao “The Economist”, publicada no mês do novembro, que a organização transatlântica está em “morte cerebral”, em parte devido ao facto de a Turquia, membro da NATO, ter entrado no norte da Síria, em outubro, sem coordenação com nenhum parceiro da organização, exceto Trump.

Macron acredita que esta invasão dificultou a luta contra o Estado Islâmico e justificou, posteriormente, a controversa afirmação como “uma chamada de atenção necessária”.

Esta terça-feira, em Londres, numa conferência de imprensa em conjunto com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, Trump acusou Macron de se estar a tentar afastar desta organização, para além de administrar uma economia em crise.

“Eu acho que eles têm uma grande taxa de desemprego em França. Não se estão a sair nada bem economicamente. É uma afirmação muito dura de se fazer quando se está a passar por tantas dificuldades em França, com manifestações dos “coletes amarelos”. Tiveram um ano bastante difícil. Não se pode simplesmente fazer afirmações como esta sobre a NATO. É muito desrespeitoso.”

Apesar de afirmar que a NATO não está frágil, Trump admite a possibilidade de o país liderado por Macron abandonar a organização, apesar de considerar que “ninguém precisa mais da NATO do que França”.

Trump não referiu o facto de ele próprio já ter considerado esta organização como "obsoleta".

As afirmações do Presidente dos EUA ocorrem, em Londres, no primeiro dia da cimeira da NATO, que contara com a presença de líderes de 30 países, incluindo o Primeiro-Ministro, António Costa. Esta conferência coincide com o 70.º aniversário da aliança militar que protege cerca de mil milhões de pessoas.