Centenas de migrantes clandestinos ocupam Panteão de Paris exigindo "documentos e alojamentos"
12-07-2019 - 18:03
 • Renascença

O grupo responsável pela ação, o “Gilets Noirs”, apelou a todas as forças em França, na Europa ou outros lados, "a que apoiem esta campanha contra o medo e a vergonha".

Um grupo de cerca de 700 migrantes ilegais ocupou esta sexta-feira à tarde, em Paris, o Panteão, exigindo a regularização da sua situação, bem como uma reunião com o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe.

O grupo responsável pela ação, o “Gilets Noirs” (“Coletes Negros”), explicou em comunicado, na rede social Twitter, que este grupo de migrantes, “sem-papéis, sem voz e sem rostos para a República Francesa", pretendem de Edouard Philippe "documentos e alojamentos para todas e todos", uma vez que, garantem, “há 200.000 casas vazias em Paris”.

Apesar de a grande maioria estar empregada, segundo o “Gilets Noirs”, parte significativa dos migrantes é sem-abrigo na capital francesa.

"Apelamos a todas as forças em França, na Europa ou outros lados, a que apoiem esta campanha contra o medo e a vergonha. Pela igualdade, a dignidade, a justiça e a sua aplicação concreta: documentos para todas e todos. Não queremos voltar a negociar com o ministério do Interior e as suas prefeituras. Agora queremos falar com o primeiro-ministro Edouard Philippe ", refere o comunicado.

Pouco tempo depois da ocupação, o grupo de migrantes foi retirado ordeiramente do interior do Panteão pela polícia francesa, prosseguindo no exterior os protestos, entoando palavras de ordem contra o racismo e apelando à mobilização de outros migrantes clandestinos no protesto.

Esta não é, contudo, a primeira vez que o “Gilets Noirs” promove ocupações. Em junho ocuparam a sede do grupo Elior, na Défense, também em Paris, denunciado a exploração de migrantes pela empresa. Antes, em maio, ocuparam um terminal do aeroporto parisiense de Roissy, contra a "colaboração da Air France nas expulsões de migrantes”.