​Cancro. Apenas cinco a 10% dos casos são hereditários
02-02-2018 - 10:02

Familiares de doentes com tipos de cancro que podem ser hereditários e que ainda não desenvolveram a doença devem fazer vigilância rigorosa, aconselha especialista.

Apenas cinco a 10% dos cancros são hereditários. O dado é avançado à Renascença por Isabel Claro, uma das coordenadoras da Clinica de Risco Familiar do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.

“Os cancros hereditários mais frequentes são os do colon e reto e os associados à mama-ovário, que têm determinantes genéticos que se transmitem de forma dominante”, explica a especialista, em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença que esta sexta-feira foi feito em direto das instalações do IPO de LIsboa para assinalar o dia Mundial de Luta Contra o Cancro (4 de Fevereiro).

Isabel Claro acrescenta que “na maior parte dos casos, o cancro do pulmão, por exemplo, não é hereditário, é, sobretudo, dependente dos fatores ambientais, nomeadamente do tabaco”.

“Já em relação ao cancro do cólon e reto e à mama-ovário, que são cancros que são frequentes, há de facto determinantes genéticos muito importantes que permitem identificar famílias com síndromes hereditárias, onde nós podemos fazer uma prevenção, uma vigilância, que é muito importante”, acrescenta Isabel Claro.

Isabel Claro explicou ainda que tipo de acompanhamento pode ser feito a familiares de doentes com tipos de cancro que podem ser hereditários e que ainda não desenvolveram a doença.

“Podem fazer uma análise genética e, se forem portadores dessa alteração, fazem um programa de vigilância que inclui, no caso da mama-ovário, programas com ressonância magnética mamária, mamografia. No caso caso, por exemplo, do cancro do colón e reto, colonoscopias, com intervalos bem definidos, que tem que ser realmente respeitados pelo doente e pela instituição, para que se possa fazer uma prevenção adequada”, remata.