Há uma app que lhe diz o que os deputados andam a fazer
10-07-2019 - 12:58
 • Renascença

Foi criada por portugueses e ganhou um prémio esta semana. Nuno Moniz, um dos criadores, esteve nas Três da Manhã para explicar tudo.

Um grupo de investigadores portugueses desenvolveu uma aplicação para dar a conhecer e votar as propostas legislativas apresentadas no Parlamento.

A “meuparlamento.pt” foi desenvolvida por Nuno Moniz e Arian Pasquali, investigadores do INESC TEC - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto -, e por Tomás Amaro, engenheiro de software na Hostelworld.

O objetivo é aproximar os cidadãos das decisões tomadas no nosso Parlamento e dar a conhecer toda a informação necessária para contextualizar essas mesmas decisões.

A ideia valeu-lhes o Prémio Arquivo.PT 2019, entregue na segunda-feira no encontro nacional “Ciência 2019” pelo primeiro-ministro, António Costa.

A utilização da aplicação é gratuita e anónima, não havendo partilha de dados de identificação.

Como funciona?

Basta um minuto e três gestos para que os utilizadores sejam convidados a pronunciarem-se sobre como votariam 10 propostas legislativas, escolhidas aleatoriamente, que estiveram em apreciação parlamentar desde 2011.

Para votar a favor, os utilizadores têm que deslizar para a direita; para votar contra, o deslize no ecrã tem que ser feito para a esquerda. E para que se abstenham, os utilizadores têm que deslizar para cima ou para baixo.

No final de 10 questões, os utilizadores ficam a saber quais os partidos que votaram de maneira mais semelhante à sua, apresentando também informação detalhada sobre cada proposta. Esta informação permite ao utilizador saber em detalhe o contexto em que as propostas foram votadas.

O texto das propostas, informação sobre os seus autores ou até as notícias produzidas na altura em que as propostas estiveram em cima da mesa são alguns dos recursos que poderão ser explorados, contribuindo para uma aproximação entre as instituições políticas e os cidadãos.

Num ano marcado por eleições, nomeadamente legislativas, a aplicação pretende revolucionar a relação entre a política e os cidadãos, contribuindo para reduzir o absentismo: hoje, cerca de quatro em cada 10 portugueses decidem não ir às urnas.