Elisa Ferreira avisa que adesão da Ucrânia à UE vai demorar
02-02-2023 - 18:07
 • Marta Pedreira Mixão , Ricardo Vieira , enviada a Bruxelas

O processo de adesão é exigente, mas no final "vai valer a pena", afirma a comissária europeia.

A Ucrânia tem um longo caminho a percorrer e um caderno de encargos exigente até entrar para a União Europeia, mas no final "vai valer a pena", afirma a comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.

Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, a comissária europeia diz que Kiev tem todo o apoio da UE, em tempo de guerra com a Rússia, mas não se compromete com datas para a conclusão do processo.

“É legítimo esse desejo e que a guerra termine e termine bem, mas acho que neste momento falar de datas, pela minha parte, é uma impossibilidade, porque há toda uma série de dossiers que acho que temos é de começar a prepará-los logo que a guerra acabe e nós já estamos a preparar-nos para isso a vários níveis”, afirma Elisa Ferreira.

O Governo ucraniano ambiciosa concluir o processo de adesão em 2026, mas a comissária europeia alerta que é preciso cumprir critérios apertados e rigorosos.

“Acho que a adesão da Ucrânia à UE, no futuro, já foi verbalizada aos mais alto nível por parte da Comissão Europeia e dos Estados-membros. É evidente que isto significa que há todo um processo de ajustamento que é requerido, não só em termos de apoio à reconstrução, algo que começa a estar na nossa agenda, mas também de reorganização interna do país de forma a haver uma implementação concreta do adquirido comunitário, que inclui o funcionamento das instituições, dos tribunais, o Estado de Direito em termos formais e de implementação”, afirma a comissária europeia da Coesão e Reformas.

Elisa Ferreira considera que o processo de adesão "depende, antes de mais nada, de a guerra parar e depois de uma quantidade de ações que têm de ser desenvolvidas com todo o cuidado".

"Pensa-se que mudar a legislação basta, mas nós todos sabemos que não basta. É preciso que a implementação seja feita e isto requer uma transformação interna dos países que não é fácil e nós portugueses sabemos que não é fácil. Já passamos por esse processo da adesão, que é difícil, mas vale a pena. Temos que funcionar com regras comuns e não seria possível funcionar com regras de desequilíbrio entre países", concluiu a responsável europeia.

A capital da Ucrânia recebe amanhã a 24.º cimeira União Europeia/Ucrânia.

A adesão da Ucrânia à União Europeia e o apoio a Kiev contra a invasão russa serão os temas em cima da mesa.