UE não reconhece vitória de Maduro e exige atas eleitorais
04-08-2024 - 23:43
 • Ricardo Vieira

"As eleições presidenciais de 28 de julho não cumpriram os padrões internacionais de integridade eleitoral”, sublinha a União Europeia.

A União Europeia (UE) contesta a integridade das eleições presidenciais na Venezuela e diz que sem a divulgação das atas eleitorais a vitória de Nicolás Maduro não pode ser reconhecida.

A posição dos “27” foi assumida este domingo à noite, num comunicado do Alto Representante para os Negócios Estrangeiros.

“A União Europeia continua a acompanhar a evolução da situação na Venezuela com grande preocupação. Os relatórios das missões internacionais de observação eleitoral afirmam claramente que as eleições presidenciais de 28 de julho não cumpriram os padrões internacionais de integridade eleitoral”, refere a nota.

A UE apela ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a divulgação das atas eleitorais que confirmem a vitória do Presidente Nicolás Maduro, nas eleições da semana passada.

“Sem provas que os apoiem, os resultados publicados no dia 2 de agosto pela CNE não podem ser reconhecidos. Qualquer tentativa de atrasar a publicação completa dos registos oficiais da votação apenas lançará mais dúvidas sobre a credibilidade dos resultados publicados oficialmente”, alerta o bloco comunitário.

As cópias das atas eleitorais divulgadas pela oposição, e analisadas por organizações independentes, dão a vitória por larga margem ao principal candidato da oposição Edmundo González Urrutia.

“A União Europeia apela, portanto, a uma maior verificação independente dos registos eleitorais, se possível por uma entidade de reputação internacional”, apela o Alto Representante para os Negócios Estrangeiros.

A UE apela à calma e defende que as manifestações devem continuar a decorrer de forma pacífica e ao respeito das forças de segurança pelos direitos humanos e liberdade de expressão e reunião.

A União Europeia mostra-se também preocupada com “detenções arbitrárias” de membros da oposição e da sociedade civil na Venezuela e apela à libertação de todos os presos políticos.