O plano de mobilidade para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) apresentado na passada sexta-feira não menciona a circulação de pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida. Mas estas pessoas têm necessidades de circulação particulares. O que está a ser feito pela organização da JMJ para garantir que conseguem deslocar-se entre os locais e participar nos eventos?
Até ao momento, estão inscritos cerca de 1.700 peregrinos e voluntários neste grupo, “sendo que alguns têm transporte próprio, outros precisam de transporte por parte da organização”, confirma à Renascença Carmo Diniz, responsável da JMJ pela área das pessoas com deficiência.
"Nesta fase do plano de mobilidade, ainda não é muito claro" como serão acauteladas estas necessidades especiais, mas a organização está a trabalhar para que os veículos de transporte próprio das pessoas inscritas com mobilidade reduzida ou deficiência motora “sejam acreditados e possam circular até à entrada dos recintos”.
Depois, o estacionamento será feito “num sítio que lhes seja destinado”. Também aqui a organização está a trabalhar para que estas pessoas tenham um parque de estacionamento mais próximo dos locais dos eventos.
Tanto o Parque Eduardo VII como o Parque Tejo têm “zonas de atenção à deficiência”, não só destinadas a pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência motora, mas também adaptadas a pessoas com deficiências intelectual, invisuais e surdos.
Nestes espaços também estarão intérpretes de língua gestual e gesto internacional da organização e os que acompanharem os grupos, nas línguas oficiais da Jornada.
E se não tiver inscrição?
A organização da JMJ garante que todos os locais do evento são acessíveis a todas as pessoas. Mas a organização só se pode preparar para aqueles que, tendo necessidades especiais, estejam inscritos.
No caso das pessoas que não se inscreveram, a organização confia nos transportes públicos da cidade que são adaptados a todas as pessoas.
Fonte da direção logística da JMJ disse à Renascença que “é normal que um voluntário caminhe uma média de 17 a 20 quilómetros por dia", com base no histórico de anteriores Jornadas. Mas uma pessoa com mobilidade reduzida ou deficiência motora dificilmente pode cumprir esta expectativa.
A circulação nos transportes públicos na cidade de Lisboa estará fortemente condicionada de 1 a 6 de agosto: a 1, 3 e 4, na zona do Parque Eduardo VII e nos dias 5 e 6, na zona do Parque Tejo.
Com o encerramento das estações de metro da Avenida da Liberdade nos primeiros dias da Jornada, as estações de metro mais próximas são Picoas, São Sebastião e Rossio. A estação de Picoas, a mais próxima das três, está a menos de um quilómetro da rotunda do Marquês e é ladeada por uma ciclovia, o que pode facilitar a circulação de cadeiras de rodas.
Já no Parque Tejo, a estação de metro mais próxima é a de Moscavide e a de comboio a do Oriente. A distância a percorrer entre estas estações e o Campo da Graça é superior a dois quilómetros.
Em ambos os casos, o desvio das linhas da Carris faz com que as carreiras que normalmente circulam junto dos locais da JMJ façam outros percursos nestes dias.
Consigo verificar a acessibilidade das estações antes da viagem?
Sim. Tanto através do website do Metro de Lisboa como do sistema de dados abertos da WillEasy para a Voxpop é possível ver que escadas rolantes e elevadores estão a funcionar nas estações de metro.
A segunda é a primeira base de dados aberta sobre acessibilidade em transportes na União Europeia (UE) e é totalmente alimentada por utilizadores.
Quanto aos comboios e aos autocarros, ainda não está disponível nenhum serviço que permita saber com antecedência a acessibilidade das estações ou dos veículos.