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Quem tem ou já teve gatos sabe que nos derretem só com o olhar, sem falar dos movimentos desengonçados, brincadeiras e até asneiras. Os seus amigos próximos não só já sabem que existe, como já ouviram histórias e, com toda a certeza, foram confrontados com fotos no telemóvel ou mesmo vídeo.
O dono de um gato é como o adepto daquele clube que não sai do segundo lugar, mas que acredita até às entranhas que é desta que a sua equipa vai ganhar. Este dono acredita mesmo que vai ensinar uma mão cheia de truques ao amigo de “quatro patas” que tem em casa e que, por sinal, é o mais esperto que já conheceu. Não vai rebolar, mas quase.
Não é por acaso que os gatos são conhecidos pela sua independência. No passado só conheceram a liberdade. Estão habituados e preparados para caçar, todo o corpo está desenhado como uma arma que os torna autossuficientes. Têm ainda um sentido de orientação apurado, o que lhes permite afastarem-se por grandes distâncias e conseguirem regressar a casa.
Por tudo isto, é sobretudo o dono que acaba por se adaptar às vontades e caprichos do novo membro da família, a esmagadora maioria das vezes sem o perceber. As rotinas da casa mudam e tudo passa a girar em torno daquela bola de pelo, de forma automática e sem tumultos. É como deve ser. Todos estão felizes.
Como é que isto aconteceu?, perguntam aqueles donos que nunca se imaginaram a partilhar fotos de gatinhos nas redes sociais. O problema é que a maioria dos gatos tem uma personalidade discreta, não demonstrando de forma óbvia a dor ou o desconforto, e este animal domesticado tem várias necessidades que precisa de ver satisfeitas.
Assim, o dono tem de ser uma espécie de detetive e, mais cedo ou mais tarde, acaba por perceber que não basta limpar a areia e dar comida e água. Há toda uma lista de condições para garantir que tem um gato feliz numa casa feliz:
- É melhor prevenir do que remediar: As visitas regulares ao veterinário mantêm o seu gato longe do perigo. A primeira consulta deve acontecer até aos seis meses e depois, pelo menos, uma vez por ano (duas, no caso dos seniores). Os gatos são “mestres do disfarce”: tendem a esconder-se quando estão doentes e, muitas vezes, quando é detetada uma doença já está em estado avançado;
- Alimentação adequada: hoje já existem no mercado opções para todas as fases de vida, desde o desmame até aos primeiros meses, passando pela idade adulta e a mais avançada. A Royal Canin recomenda a adaptação do alimento “às necessidades e características, nomeadamente a idade, tamanho, raça, estilo de vida (se é muito ativo ou não, se é esterilizado ou não) e estado de saúde”;
- Hidratação não é só água: Assim como as crianças e idosos não bebem água com facilidade, os gatos também não, mas precisam. Uma forma de complementar a necessária hidratação é combinar a ração seca, que “favorece a higiene oral, graças à fricção do alimento com os dentes”, e a alimentação húmida, que “beneficia a saúde urinária e promove uma maior saciedade”;
- Gordura não é formosura: Um animal com mais de 30% do peso ideal, já não é saudável. A obesidade é um problema crescente e uma doença com consequências, como a diminuição da esperança de vida ou o aumento da predisposição para patologias articulares, respiratórias, cardíacas ou diabetes, entre outras. Nos gatos obesos o risco de diabetes aumenta 3,9 vezes. Se o seu gato está mais sedentário e perdeu a vontade de brincar ou subir a locais altos ou não consegue sentir-lhe as costelas no dorso, deve consultar o veterinário;
- De pequenino se torce o pepino: eles começam a aprender desde que nascem, mas a melhor altura para ensinar o seu gato é entre a segunda e a sétima semana de vida, é nesta fase que estão mais receptivos. O reforço positivo e o carinho são as chaves do sucesso;
- Casa e gato seguros: todos já ouvimos que “a curiosidade matou o gato”, no meu caso ia destruindo a casa! O que eles têm de engraçado têm também de perigoso. Proteja varandas e janelas, cabos e fios, objectos que possam partir, torneiras e garanta que não abrem as portas;
- Happy hour para brincar! Grande parte do dia deles é passado a dormir, ou sozinhos. Em casa têm brinquedos, mas não chega, precisam de interação, do jogo da caça, que puxem por eles. Brincar é a forma mais fácil de os pôr a mexer, quebrar o sedentarismo e afastar depressões;
- Socorro! Vou para o carro: Pior que tomar banho só mesmo andar de carro; não mia, grita. Eu conduzo vermelha como um tomate com a vergonha, com os vidros fechados e a rezar a todos os santos para que ninguém chame a União Zoófila! Para diminuir o stress dos gatos nestas situações, coloque nas transportadoras objetos familiares e preferidos (almofadas, brinquedos, etc), deixe a transportadora aberta perto da porta algumas horas antes e experimente tapar a transportadora com uma manta ou tecido até chegar ao destino.