Teletrabalho, aumentos salariais, proteção do emprego e lay-off são temas em cima da mesa para esta reunião convocada pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
Sindicatos e patronato vão para esta reunião essencialmente para ouvir as propostas do Governo.
A poucas horas do seu início, o secretário-geral da UGT disse à Renascença que vai “com baixa expectativa para esta reunião, em função da realidade do país, da situação apresentada pelo primeiro-ministro, nos últimos dias, e das dificuldades que estão colocadas ao movimento sindical.”
Carlos Silva assegura que “para a UGT não basta proteger os rendimentos”, como defende o Executivo, “é preciso aumentá-los em função da realidade da situação, que é negativa para o país.”
O líder sindical garante que não abdica do aumento do salário mínimo nacional para 670 euros. É uma proposta que “não deixará cair”. O aumento “nunca ficará abaixo, por proposta da UGT, de 35 euros, tal como foi aprovado no ano anterior”.
Retoma da economia está lenta
Já o líder da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal não quer ouvir falar de aumentos salariais. João Vieira Lopes diz ser “muito difícil fazer qualquer previsão”, acrescentando que “a situação é muito irregular”. Alguns sectores não terão problemas, “mas há outros fortemente atingidos pela crise, onde os aumentos salariais podem ter impactos bastante difíceis”.
O presidente da CCP lembra que “a retoma da economia está lenta, o que é natural porque mais de dois milhões de pessoas foram atingidas pelo lay-off e o desemprego também está a aumentar”.
Vieira Lopes lembra que há empresas que mantiveram o quadro de pessoal, enquanto durou o lay-off simplificado, mas que “nesta altura terão de avaliar” se não terão de avançar para despedimentos.
A reunião da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) vai realizar-se no Palácio da Ajuda, em Lisboa, com a presença de apenas dois elementos de cada uma das confederações sindicais e patronais, por motivo de segurança sanitária.