Pelo menos 300 empresas continuam encerradas dois anos depois dos incêndios
17-06-2019 - 16:28
 • Joana Gonçalves

A informação foi adiantada à Renascença pelo porta-voz do Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões. O encerramento permanente destas 300 empresas traduz-se na perda de cerca de mil postos de trabalho, só na região centro do país, afetada pelos incêndios de outubro de 2017.

Dois anos depois dos incêndios de 2017 há ainda, pelo menos, 300 empresas que permanecem encerradas. A informação foi avançada à Renascença por Nuno Tavares Pereira, porta-voz do Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), concelho da Tábua.

“Diminuiu muito a capacidade das pessoas que estavam cá para trabalhar, tem sido difícil. Contabilizamos, pelos conhecimentos que temos do terreno, cerca de 300 empresas que já não voltaram a funcionar, que estavam registadas com atividade que nunca mais vão repor o que faziam antigamente, porque entretanto as pessoas decidiram que mais vale fechar do que ter mais prejuízo”, explica Nuno Pereira.

O porta-voz do MAAVIM denuncia a complicada situação em que foram deixados vários proprietários, que ainda hoje pagam empréstimos sobre imóveis que perderam nos incêndios de há dois anos.

“O que acontece é que continuaram a pagar os empréstimos, após os incêndios, dos imóveis e do que tinham em sua posse, sem os ter. Portanto deixaram de ter capacidade produtivas, mas continuaram a pagar os impostos e os empréstimos e tudo o que tinham. As pessoas ainda ficaram piores do que estavam no dia dos incêndios. Há aí situações muito aflitivas”, conta.

O encerramento permanente destas 300 pequenas e médias empresas traduz-se na perda de cerca de mil postos de trabalho, só na região centro do país, afetada pelos incêndios de outubro de 2017.

“Postos de trabalho diretos serão à volta de mil, os que desapareceram naquele meio ano entre outubro [de 2017] e março [de 2018]”, adianta à Renascença Nuno Pereira.

“Há algumas dessas pessoas foram embora, emigraram ou foram para cidades maiores, à procura de emprego. Aliás eu estou a precisar de pessoal e não tenho. O pessoal que havia aqui saiu”, acrescenta.