Pedrógão Grande. Costa aceita tirar responsabilidades, mas não demite a ministra da Administração Interna
14-10-2017 - 16:04

Na reacção às declarações do PR, este sábado, em Pedrógão, o primeiro-ministro diz que o Presidente da República "reiterou aquilo que o Governo tem dito", ou seja, é "fundamental retirar todas as ilações do relatório da comissão técnica independente".

O primeiro-ministro, António Costa, disse, este sábado, que a grande responsabilidade do Governo "é dar execução àquilo que são as recomendações", adiantando que não está em cima da mesa a demissão da ministra da Administração Interna.

Costa reagia, deste modo, às declarações proferidas pelo Presidente da República, em Pedrógão Grande, onde disse que Portugal aguarda "com legítima expectativa as consequências que o Governo irá retirar" do incêndio na região Centro no qual morreram 64 pessoas.

Para o primeiro-ministro, o Presidente da República "reiterou aquilo que o Governo tem dito: de que é fundamental retirarmos agora todas as ilações que há a retirar do relatório da comissão técnica independente".

"A grande responsabilidade política que o Governo tem hoje é dar execução àquilo que são as recomendações desta comissão técnica independente", disse.

Questionado pelos jornalistas, António Costa afirmou que não está em cima da mesa a demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

O líder do executivo realçou que "o que as pessoas esperam, seguramente, é que as recomendações que são retiradas do relatório tenham execução prática que se traduza numa melhoria do sistema de prevenção e combate aos incêndios".

No entanto, as responsabilidades concretas "individualizáveis" podem também ser "apuradas", sem prejuízo "da investigação que compete ao Ministério Público", notou.

António Costa referiu ainda que há um Conselho de Ministros extraordinário no próximo sábado "especificamente para analisar o relatório".

Em função dessa análise, o Governo pode "tomar as medidas que entenda que devem ser tomadas para responder ao relatório".

Para o primeiro-ministro, será importante não ter apenas uma análise específica sobre os incêndios de Pedrógão Grande e Góis, mas uma "análise sistémica sobre o sistema de prevenção e combate aos incêndios" para se honrar "a memória dos que faleceram" e para mostrar "o devido respeito por aqueles que foram ameaçados pelo fogo e pelos técnicos que fizeram um trabalho de grande qualidade".

O Chefe de Estado tinha dito esta manhã que “Portugal aguarda com legítima expectativa as consequências que o Governo irá retirar de uma tragédia sem precedentes na nossa história democrática”, disse o chefe de Estado, que intervinha na abertura do primeiro Encontro para a Autoprotecção e Resiliência das Populações, organizado pela Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG).