Nova Carris Metropolitana com dificuldades. Motoristas interrompem serviço em Setúbal
06-06-2022 - 10:59
 • João Cunha , Anabela Góis , Olímpia Mairos

Autoridade Metropolitana de Lisboa diz à Renascença que está a pressionar a empresa que ganhou o concurso para que cumpra o que ficou contratualizado.

Os atrasos e a escassez de autocarros em Setúbal e no Montijo está a motivar fortes críticas por parte dos utentes.

A somar a estas dificuldades, os motoristas interromperam o serviço em Setúbal como constatou a reportagem da Renascença. Os trabalhadores alegam não estão reunidas as condições para cumprir o serviço.

Esta manhã, no interface de Setúbal, uma estação recentemente inaugurada, encontravam-se largas dezenas de pessoas à espera. No local não havia qualquer informação, mas os autocarros largavam os passageiros e 95% acabavam por sair vazios, dando a entender que iam regressar à base.

Os mais afetados eram os do longo curso para Lisboa, Gare do Oriente ou para Sete Rios.

À Renascença, o administrador da Autoridade Metropolitana de Lisboa adianta que a empresa que ganhou o concurso já está a ser pressionada para que cumpra o acordado. “Há serviço contratualizado e, portanto, há um conjunto de obrigações por parte da empresa que ganhou a gestão e exploração dessa área, na área quatro, que têm que ser cumpridos”, diz Rui Lopo, acrescentando que estão a “procurar que eles resolvam as questões identificadas”.

“A situação em concreto do dia de hoje tem a ver com questões laborais”, diz o responsável, destacando que “estão com dificuldade em concertar com as equipas de motoristas e os serviços a fazer, questões que são do foro estrito deles e que têm que resolver”.

“Tem que encontrar resposta e estão à procura de encontrar resposta, claro, trabalhando connosco ou procurando fazer um conjunto de propostas que mitiguem a questão em concreto, mas que estão a procurar resolver”, realça.

Para esta segunda-feira está agendada uma nova reunião para “ver que alternativas é que eles colocam, para que o serviço ainda hoje fique regularizado na medida do possível”, adianta o administrador, lamentando o impacto que esta situação está a ter nos utentes.

Empresa Alsa Todi promete corrigir falhas

Para hoje é difícil, mas já está prevista para amanhã a circulação normalizada dos novos transportes nos cinco municípios da Margem Sul do Tejo.

Depois de reunir com os sindicatos e com a Autoridade Metropolitana de Transportes, o diretor de operações da Alsa Todi, Sérgio Adegas, admite a existência de várias falhas no serviço.

Em declarações à Renascença, Sérgio Adegas diz que, além disso, não tem sido fácil para os motoristas que não têm formação nem conhecimento suficiente para operar nestes novos serviços.

Sérgio Adegas acrescenta que estão a trabalhar para que os motoristas se consigam adaptar às novas condições e os serviços fiquem regularizados já a partir de amanhã.

Também a falta de informação de horários das carreiras vai estar disponível nas paragens a partir de amanhã, garante o diretor de operações da Alsa Todi.

Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal são os cinco concelhos da Área 4 da Área Metropolitana de Lisboa em que começaram a funcionar a nova Carris Metropolitana. Já as restantes áreas (1, 2 e 3) entram em operação um mês mais tarde, em 1 de julho.

A entrada em funcionamento da Carris Metropolitana vai acabar com 902 tipologias de bilhetes, sendo criadas três novas.

A rede de serviço de autocarros, desenhada pela Área Metropolitana de Lisboa em conjunto com os 18 municípios, será composta por cerca de 820 linhas rodoviárias, que servirão aproximadamente 2,8 milhões de potenciais utilizadores, passando o serviço a pertencer à marca única e integradora Carris Metropolitana.

Os 18 municípios que integram a AML são Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

[notícia atualizada às 19h08]