​Rússia. Pelo menos 24 detidos em protestos pela libertação de Navalny
02-02-2021 - 09:02
 • Lusa

O líder da oposição russa é ouvido esta terça-feira em tribunal, num processo de alegada violação de liberdade condicional.

Várias pessoas que protestavam esta terça-feira junto ao tribunal, em Moscovo, para exigir a libertação do líder da oposição russo Alexei Navalny foram detidas, segundo a agência de notícias francesa AFP.

Poucos minutos antes do início da audiência do opositor russo, jornalistas da AFP viram a polícia deter várias pessoas depois de a equipa de Navalny ter convocado um protesto junto ao tribunal. A ONG especializada OVD-Info disse que pelo menos 24 pessoas foram detidas.

Navalny comparece esta terça-feira numa audição em tribunal, após dois fins de semanas de manifestações a nível nacional com milhares de detenções. O principal rosto da oposição a Vladmir Putin, arrisca-se a ser punido com prisão durante três anos e meio, se vingar a acusação de violação da liberdade condicional enquanto Navalny esteve na Alemanha nos últimos meses.

No domingo, milhares de pessoas desceram às ruas em diversas regiões do país entoando palavras de ordem contra o Presidente Vladimir Putin e exigindo a libertação de Navalny, detido em 17 de janeiro e que enfrenta vários anos de prisão.

De acordo com organizações de direitos humanos, cerca de 5.400 manifestantes foram detidos pelas autoridades.

Uma das pessoas detidas durante várias horas foi a mulher de Navalny, Yulia, que deverá pagar uma multa de 218 euros por participação em manifestação não autorizada.

Os media estatais têm desvalorizado os protestos e consideram que demonstram o falhanço da oposição, enquanto a equipa de Navalny considera que confirmaram “um amplo apoio nacional” ao mais virulento crítico do Kremlin. Os seus apoiantes apelaram a uma nova concentração para esta terça-feira frente ao tribunal.

Militante anticorrupção e confesso inimigo do Kremlin, Alexei Navalny está confrontado com diversos processos judiciais desde o seu regresso à Rússia, após meses de convalescença da Alemanha por um presumível envenenamento e cuja responsabilidade atribuiu ao Presidente Vladimir Putin. As autoridades têm rejeitado todas as acusações.