​O regresso da velha máquina
06-11-2019 - 06:15

Para o insucesso do campeão português contribuíram fatores diversos. Tendo-se esta jornada traduzida por mais uma derrota, é a máquina calculadora que entra em acão...

Esta poeria ser uma referência ao Benfica se o resultado de ontem à noite em Lyon tivesse expressão inversa. Depois de um começo catastrófico na Liga dos Campeões, uma vitória contra a equipa francesa não deixaria de traduzir o regresso da equipa de Bruno Lage à Liga dos Campeões Europeus.

Tendo-se esta jornada traduzida por mais uma derrota, é a máquina calculadora que entra em acão, à espera de um milagre que ficou agora praticamente inalcançável.

Para o insucesso do campeão português contribuíram fatores diversos, mas não foram apenas o golo temporão do Lyon e a lesão do defesa central Ferro aqueles que merecem maior destaque.

Desde logo, a renovada capacidade do treinador encarnado para experimentalismos pouco recomendáveis terá estado de forma primacial na base de mais esta jornada europeia para esquecer.

Deixar fora do jogo os experimentados Pizzi, André Almeida e Seferovic para, em seus lugares, fazer entrar Tomás Tavares, Gedson e Vinicius foi, confirmou-se amplamente, foi assim como jogar a sorte das varas. E aí começou a grande débacle, num jogo em que o Lyon se manifestou superior durante todo o tempo em que funcionou o cronómetro.

O sinal deixado pelas escolhas de Bruno Lage saltou à vista: mais importante é a liga doméstica, na qual é prioritário apresentar os melhores jogadores, mas esquecendo que a nossa principal competição, o campeonato, chega, por norma, à fronteira de Badajoz e volta, envergonhada, para o seu estreito retângulo.

Ah é verdade, há também essa rebuscada intenção de fazer da Champions a grande montra, para despertar a cobiça dos mais ricaços da Europa. Ou seja, uma mistura de políticas, que são quase sempre difíceis de compreender.