A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, não se mostra surpreendida com a notícia da demissão do diretor do Serviço de Cirurgia Geral da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra e da saída de dez cirurgiões.
“Estas demissões não são novidade. Outras poderão vir a acontecer noutros serviços. Tem tudo a ver também com falta de médicos que existe nos vários serviços, tem a ver com a destruição das equipas onde nada está a ser feito, nem está a ser garantido por este Ministério da Saúde para regularizar a situação”, refere Joana Bordalo e Sá, em declarações à Renascença.
A presidente da FNAM acrescenta que os mais penalizados com esta situação vão ser os utentes.
“No fim, o prejuízo é sempre para os doentes e para os utentes dessa região que ficarão amputados desses serviços de cirurgia. Seria obrigatório que o Ministério da Saúde tivesse competência para resolver esta situação. Este exemplo no serviço de cirurgia do Amadora-Sintra, infelizmente, é um problema de recursos humanos. É um problema da falta de médicos e é um dos exemplos de que nada está a ser feito para reverter esta situação”, aponta.
O diretor do Serviço de Cirurgia Geral da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora/Sintra demitiu-se e dez cirurgiões deixaram o serviço, confirmou à Lusa a instituição, que prevê constrangimentos no serviço.
Em causa estará o regresso de dois médicos que denunciaram más práticas no serviço.
A ULS Amadora/Sintra confirmou "a saída de 10 elementos do Serviço de Cirurgia Geral e a demissão do atual diretor do Serviço com efeitos a 31 de dezembro", adiantando que a situação está a ser acompanhada pela tutela.
Adiantou que "estão a ser efetuados esforços de resolução com a maior brevidade possível, com o apoio dos elementos do Serviço e restante equipa".