O 59.º dia de guerra fica marcado por um ataque à cidade ucraniana de Odessa que provocou pelo menos seis mortos e 18 feridos. Foram atingidos locais civis e militares.
O presidente da Ucrânia criticou o secretário-geral da ONU, António Guterres, por visitar Moscovo antes de se dirigir para Kiev, na próxima semana.
Um total de 412 corpos foram recolhidos e exumados na cidade ucraniana de Bucha, na região de Kiev, depois da retirada das tropas russas.
A Renascença resume os principais momentos de mais um dia de conflito.
Pelo menos seis mortos e 18 feridos em bombardeamento em Odessa
O enviado especial da Renascença à Ucrânia, José Pedro Frazão, descreve como "um silvo enorme" um míssil que se ouviu pelo centro histórico de Odessa. Acabou por ser um dos engenhos que provocou as três explosões ouvidas pelo jornalista.
A cidade foi atacada com quatro mísseis, dois atingiram alvos e outros dois foram intercetados.
Tudo aconteceu sem um alarme antiaéreo prévio ucraniano. Agora, a proteção civil pede aos habitantes para ficarem nos abrigos.
Foram atingidos dois prédios e uma instalação militar, havendo confirmação de pelo menos, seis mortos e 18 feridos.
“O único objetivo do ataque a Odessa é provocar terror. A Rússia tem que ser designada como um Estado que patrocina o terrorismo e ser tratado de acordo com isso. Precisamos de um muro entre a civilização e os bárbaros que atacam cidades pacíficas com mísseis”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros Dmitry Kuleba através da sua conta no twetter.
Zelensky critica Guterres
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenksy, considerou, este sábado, "ilógica" a decisão do secretário-geral da ONU, António Guterres, de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev.
"É errado ir primeiro à Rússia e vir depois à Ucrânia. Não há justiça nem lógica nessa ordem", afirmou Zelensky, numa conferência de imprensa, numa estação de metro no centro de Kiev, segundo a Agência France Presse.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, visitará Moscovo, na Federação Russa, a 26 de abril, onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin. Dois dias depois, Guterres vai dirigir-se a Kiev para reunir-se com Zelensky.
Mais de 400 corpos exumados e recolhidos em Bucha
Um total de 412 corpos foram recolhidos e exumados na cidade ucraniana de Bucha, na região de Kiev, depois da retirada das tropas russas, disse hoje o presidente da câmara local.
"Em Bucha, terminou um processo importante e difícil, a recolha e exumação dos corpos dos assassinados e mortos no território da comunidade de Bucha. O número que temos hoje é de 412", escreveu Anatoly Fedoruk no Facebook.
Acrescentou que os investigadores e peritos "que trabalham sem descanso" na cidade confirmarão os números.
Segundo o autarca, uma em cada três pessoas mortas na região de Kiev durante o ataque militar russo é de Bucha.
Ucrânia anuncia recolher obrigatório durante a Páscoa Ortodoxa
A Ucrânia anunciou um novo recolher obrigatório neste fim de semana, que é de celebração da Páscoa, segundo o calendário juliano.
Segundo o vice-chefe do gabinete do presidente Zelenskiy, Kyrylo Tymoshenko, o recolher obrigatório vai estar em vigor entre as 19h00 locais e as 5h00 de domingo nas regiões de Donetsk, Lugansk, Kharkiv, Zaporizhzhia, Mykolaiv e Kherson, onde há combates em curso.
Noutras regiões do país, como em Kiev, o recolher obrigatório vigora entre as 23h00 e as 5h00.
Mais de um milhão de pessoas já regressaram à Ucrânia
O ministro do Interior ucraniano revelou que, desde o início da guerra, mais de três milhões de pessoas deixaram o país e que mais de um milhão já regressaram.
"Durante toda a guerra, 3.640.000 pessoas deixaram a Ucrânia e 1.130.000 já regressaram. Cerca de 31.000 veículos de ajuda humanitária foram trazidos para o país", afirmou o ministro Denís Monastirski, numa mensagem de vídeo, citada pela agência EFE.
Segundo referiu, os guardas da fronteira ocidental praticam um regime simplificado de entrada e saída de cidadãos com os países da União Europeia e com a Moldova. Explicou ainda que com parte das regiões de Kiev, Chernigiv e Sumy libertadas dos ocupantes, os guardas de fronteira regressaram aos seus postos.