O suspeito de ter raptado uma menor na cidade de Leiria está proibido de contactar a vítima por qualquer meio e de se deslocar ao concelho de Leiria, determinou o juiz de instrução criminal. A jovem tinha 16 anos quando desapareceu.
A mesma fonte explicou que, após primeiro interrogatório judicial, iniciado na quarta-feira e que terminou esta quinta-feira, no Tribunal Judicial de Leiria, foi determinado ao arguido aquelas medidas de coação.
Na terça-feira, a Polícia Judiciária anunciou a detenção, em Évora, de um homem suspeito do crime de rapto de uma menor há oito meses na cidade de Leiria, que já foi entregue à família.
Em comunicado, a Diretoria do Centro da PJ adiantou que a menor foi "dada como desaparecida em finais de maio de 2022 na cidade de Leiria" e que o presumível raptor foi detido em cumprimento de um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria.
"No seguimento das inúmeras diligências desenvolvidas, em estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Évora, foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo online, imaturidade e personalidade frágil".
De acordo com a PJ, a menor e o arguido "estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de "chats" de jogos "online"", quando aquela ainda tinha 14 anos, que foi "evoluindo para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele".
Notando que a menor "tinha uma dependência muito intensa do jogo "online"", a fonte da PJ esclareceu que o homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, "a acolheu numa casa em Évora", de onde aquela não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural.
Na casa, também vivia a mãe, idosa, do arguido.
A PJ disse que a mãe do suspeito "não teria a noção de todos os contornos" da situação e explicou que, quando alguém ia a casa, a menor, que "terá consentido, ocultava-se no sótão" da habitação.
Em conferência de imprensa no mesmo dia, o diretor da Diretoria do Centro da PJ afirmou que a menor, apesar de não ter saído de casa, não registava "nenhum sinal" de que tenha estado na residência obrigada.
Segundo Jorge Leitão, a vítima "estava tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo "online"".