Covid-19. Recomendação do uso de duas máscaras a ser estudada
13-02-2021 - 09:43
 • Daniela Espírito Santo , Marina Pimentel Renascença

Em entrevista, Graça Freitas adianta que especialistas estão a ser consultados para avaliar recomendação vinda dos EUA.

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O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA passou, recentemente, a recomendar a utilização de duas máscaras para prevenir a infeção pelo SARS-CoV-2. Por cá, ainda não se recomenda o mesmo, mas essa hipótese está a ser estudada. A garantia é dada pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Em entrevista ao jornal "Público", Graça Freitas adianta que as indicações de recomendações para lidar com a pandemia poderão ser revistas brevemente.

"Temos, neste momento, dois grupos de peritos a estudar essa precaução", explica a diretora-geral da Saúde, relativamente ao uso de duas máscaras. A eventual recomendação surge "pelo medo das novas variantes". "Já andamos a consultar os peritos regularmente há muito tempo e, a última consulta, há cerca de duas semanas, foi no sentido de manter a recomendação atual", assegura. No entanto, e "com a nova decisão do CDC", a opinião dos peritos foi novamente pedida.

“A utilização de duas máscaras cirúrgicas em simultâneo pode ser uma boa medida”, diz, por usa vez, Filipe Froes, perito da Ordem dos Médicos para a Covid-19 e consultor do Ministério da Saúde.

O médico diz que a medida, que Graça Freitas admitiu estar em estudo, tem a vantagem de ajudar a poupar as máscaras FFP2 para ambiente hospitalar e aumentar a proteção contra o vírus, mas adverte que de nada serve usar várias máscaras, se houver uma má utilização.

“O mais importante é saber usá-la, tapando o nariz e o queixo. Portanto, se eu tiver duas máscaras mal postas, continuo a ter os mesmos problemas. As máscaras fazem parte de um pacote de medidas”, explica, acrescentando, no entanto, que há determinados contextos “como num autocarro, em que se a pessoa usar duas máscaras claro que não faz mal”.

Graça Freitas diz também, durante a entrevista, que vai ser revista a norma que estabelece o que as pessoas infetadas, em casa, devem fazer. E admite que o oxímetro, que permite medir a saturação do oxigénio no sangue, passe a ser obrigatório.

“Os meus doentes, desde março, têm todos oxímetro em casa. O oxímetro faz parte da ferramenta habitual de monitorização do doente respiratório, é fundamental”, sublinha o médico.