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O presidente da Associação de Utentes Comboios do Século XXI , Nuno Gomes Lopes, diz que a zona do acidente é um local em que os Alfa Pendular circulam a grande velocidade. No acidente em Soure, que envolveu um Alfa e um veículo de reparações de cantanárias, morreram duas pessoas e ficaram feridas 43 pessoas.
"Este troço a informação que temos é de que é um troço em que pode acekerar bastante e podia chegar a 190km/h [naquele troço]", diz o dirigente associativo Nuno Gomes Lopes.
Aquela "é uma zona de obras", adianta, e o Alfa "é o nosso topo de gama, o comboio mais rápido". Por isso, explica, "as margens de circulação de um Alfa são sempre muito prolongadas".
"Tem uma margem enorme à sua frente. Em termos ferroviários precisam de muito espaço à sua frente para andarem a bastante velocidade", concretiza.
Gomes Lopes diz que com os dados existentes é difícil de perceber o que realmente aconteceu mas equaciona duas hipóteses."Ou a máquina estava esquecida, ou teve uma avaria e ela não foi comunicada", refere, ao mesmo tempo que explica que "ou foi uma descoordenação", o que considera "pouco provável", ou "falhou a comunicação de alguma maneira".
Por fim, Nuno Lopes Gomes apresenta as condolências às famílias das vítimas ao mesmo tempo que teme que estes acidentes "criem reticências" nas pessoas que andam de comboio.
O descarrilamento do comboio, que seguia no sentido Sul-Norte, ocorreu após o embate entre o Alfa Pendular e uma máquina de trabalho, tendo o alerta sido dado às 15h30, afirmou fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) à agência Lusa.
O embate ocorreu na zona de Casalinhos, concelho de Soure. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários revelou, entretanto, que vai investigar o acidente.Fonte do GPIAAF disse à agência Lusa que a equipa de investigação já está a caminho do local para dar início às investigações e apurar as circunstâncias em que se deu o acidente.