Jerónimo ao ataque: "O PS só não forma Governo porque não quer"
06-10-2015 - 18:47

"Um novo Governo" PSD/CDS "só se materializará" se o PS assim quiser, afirma o líder do PCP.

O secretário-geral do PCP reiterou esta terça-feira a promessa de apresentar uma moção de rejeição ao eventual programa de Governo da maioria PSD/CDS-PP, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

Jerónimo de Sousa diz que "um novo Governo" liderado por Passos Coelho e Paulo Portas "só se materializará" se o PS se disponibilizar a ser "força de apoio" do PSD/CDS, "defraudando o sentido de voto de milhares de portugueses".

"Neste novo quadro político, o PS só não forma Governo porque não quer. Nada o impediria de se apresentar disponível", continuou, salvaguardando ser necessário, por parte dos socialistas, uma "vontade de ruptura com a política de direita".

"O resultado da coligação PSD/CDS – uma perda de mais de 700 mil votos e a redução de 12 pontos percentuais e 25 deputados –, independentemente da condição de força política mais votada, expressa uma clara condenação à política prosseguida nos últimos quatro anos pelo seu Governo", analisou Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP esclareceu não terem existido ainda quaisquer contactos, "formais ou informais", com a Presidência da República, com vista à marcação de um encontro para comunicar a posição do partido sobre as eleições, nem com dirigentes de PS ou do BE, a fim de concertar estratégias.

CDU já trabalha para a nova legislatura

Jerónimo de Sousa anunciou também que o grupo parlamentar comunista tem já prevista a apresentação de diversas iniciativas no parlamento, designadamente o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros, a criação de um Plano Nacional de Combate à Precariedade, a reposição de salários, pensões e feriados, além de outras medidas de cariz fiscal e de reforço da sustentabilidade da segurança social.

A renegociação da dívida, o controlo público da banca e o estudo do abandono de Portugal da moeda única, bem como a reversão de vários processos de privatização de empresas estratégicas ou a revogação das alterações à lei da interrupção voluntária da gravidez são outros planos em cima da mesa.