As forças armadas de Israel atacaram há dias uma escola em Gaza, matando perto de cem pessoas. Houve indignação e protestos um pouco por todo o mundo. Na segunda-feira o exército israelita alegou ter eliminado nesse ataque 31 combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica.
Esta sinistra contabilidade revela que Netanyahu, primeiro ministro de Israel, perdeu qualquer sentido ético ao tentar justificar o massacre de cerca de 40 mil palestinianos em Gaza.
Netanyahu e os extremistas que o rodeiam alegam que o Hamas se refugia em escolas e outros locais, onde estão dezenas de civis inocentes. Como as autoridades israelitas querem liquidar o Hamas, atacam e bombardeiam esses locais, insinuando que, se matarem civis inocentes, serão meros danos colaterais.
Imaginemos que um gangster assalta uma loja, recolhe o dinheiro da caixa e, para não ser detido, foge com uma criança nos braços – um escudo humano. Deve a polícia alvejar o bandido, arriscando-se a matar a criança? Creio que nenhuma polícia decente o faria.
É essa atitude de elementar decência que os militares às ordens de Netanyahu não têm. Por isso em Gaza já terão morrido 40 mil civis e o massacre continua.
Entretanto, os desgraçados que estão em Gaza correm de um lado para o outro tentando fugir à morte. Mas aquele território tornou-se um conjunto de ruínas, onde já é difícil encontrar qualquer abrigo.
Os israelitas, na sua grande maioria, não concordam com esta posição do seu governo. A popularidade de Netanyahu no seu país nunca esteve tão baixa. O primeiro ministro de Israel cada vez mais se rodeia de extremistas que dão escasso valor à vida humana.