Ação popular contra o Governo pelo fim das portagens na A25 e A24
13-07-2021 - 18:32
 • Liliana Carona

Desconto de 50% não chega, reclamam os utentes daquelas autoestradas sem vias alternativas seguras.

Numa altura em que entraram em vigor os descontos de 50% nas portagens das autoestradas A25 e A24, a Comissão de Utentes Contra as Portagens entregou esta terça-feira no Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu uma ação popular contra o Governo.

Os utentes reclamam o fim da cobrança de portagens nestas autoestradas “sem alternativa para os cidadãos” e “porque estão longe de ter perfil de verdadeiras autoestradas”.

“Não há vias alternativas à A24 e A25 para a circulação inter-regional, estou em crer que ninguém terá coragem para dizer que há alternativa. Em Lamego o que é a nacional 2? É aquela rua ajardinada no meio, é necessário dar a volta por baixo do escadório que dá acesso à Nossa Senhora dos Remédios, é aí que pode passar um veículo de mercadorias?”, questiona Francisco Almeida, porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24, para quem não há alternativas com segurança às autoestradas A25 e A24.

Mas há outro argumento para justificar o fim das portagens naquelas vias. “O próprio desenho não as configura como verdadeiras autoestradas”, argumenta.

“Estão pejadas de limitações de velocidade que não são compatíveis com uma autoestrada. A comissão de utentes fez o percurso Viseu-Aveiro, e constatámos que em 40% dos quilómetros não é possível circular em velocidade de autoestrada”, alerta Francisco Almeida.

Numa ação simbólica frente ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu, Francisco Almeida prometeu entregar por via eletrónica uma ação popular contra o Governo e apelou a “uma forte pressão social”.

“As populações destes distritos afetadas por estas cobranças devem manter uma forte pressão social contra as portagens para que no próximo Orçamento do Estado se reúnam na Assembleia da República os votos necessários para acabar com as portagens em 2022”, apela.

E não descarta a possibilidade de organizarem ações mais robustas como marchas lentas. “Toda a gente se lembra de uma marcha lenta que organizamos, aqui tudo entupido no Rossio”, conclui Francisco Almeida.