Schulz sai de cena
24-11-2016 - 11:34

​Quinta-feira marcada, desde já, pelo anúncio da saída de Martin Schulz da presidência do Parlamento Europeu.

Aos 60 anos, o líder do Parlamento de Estrasburgo, oriundo da família socialista, confirma o seu abandono da política comunitária para se dedicar à política interna alemã. Isso mesmo escrevem o “Público” e o “Diário de Notícias”. Martin Schulz anuncia que não se recandidata à presidência do Parlamento Europeu e anuncia-se candidato ao Parlamento alemão como cabeça de lista do SPD, o principal partido da Oposição. Certo é que, de acordo com o britânico Daily Express, “Martin Schulz sai da União Europeia para disputar o lugar de Merkel no Governo alemão e coloca Juncker em risco”. E porquê Juncker? Leia-se “como presidente da Comissão Europeia”. O “Daily Express” fala de uma reunião à porta fechada entre o líder do executivo comunitário e o ainda presidente do Parlamento Europeu. Ora Jean-Claude Juncker terá dito que não pode garantir que continuará a ser presidente da Comissão se Martin Schulz for substituído por um deputado conservador.

O semanário “Der Spiegel” antecipa que Martin Schulz poderá substituir o seu colega do SPD Frank-Walter Steinmeier, na pasta dos Negócios Estrangeiros. Schulz seria assim chefe da diplomacia da Chanceler Angela Merkel no actual Governo de coligação entre conservadores e sociais-democratas. Uma vez que Frank-Walter Steinmeier será o futuro presidente da Alemanha a partir de Fevereiro do próximo ano. Steinmeier que é – segundo as mais recentes sondagens - o político com o mais elevado índice de popularidade na opinião pública alemã.

O Parlamento Europeu, que é notícia – de novo no jornal “Público” - mas por outras razões. O diário antecipa o voto maioritário dos parlamentares europeus para a suspensão das negociações de adesão da Turquia à União Europeia. Em causa as chamadas purgas de Erdogan depois da tentativa de golpe de Estado do passado mês de Julho. Aliás, o “Público” cita o líder dos Liberais no Parlamento Europeu que parece confirmar o sentido de voto dos deputados. Diz Guy Verhofstadt que “a União Europeia perde a credibilidade ao desviar os olhos da tentativa de Erdogan em instalar um regime autoritário”.

No jornal “i” o desmentido do desmentido de António Domingues. O presidente da Caixa Geral de Depósitos garante que não teve acesso a qualquer informação privilegiada do banco do Estado para elaborar o plano estratégico que suportou as negociações do governo com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu. Ora, em resposta a uma pergunta do eurodeputado do PSD José Manuel Fernandes, Bruxelas diz que o governo português viu necessidade que o então futuro conselho de administração da Caixa participasse em algumas das reuniões e fosse informado sobre os requisitos em matéria de auxílios estatais.