Guerra na Ucrânia. Já fugiram mais de 660.000 pessoas, diz a ONU
01-03-2022 - 10:44
 • Marta Grosso com Lusa

Os números estão a aumentar de forma "exponencial". À Renascença, o diretor-geral da Organização Internacional das Migrações das Nações Unidas diz ser muito importante perceber a duração do conflito na Ucrânia e avisa: o conflito "pode gerar mais de cinco milhões de deslocados”.

A invasão da Ucrânia pela Rússia já causou uma vaga de mais de 660.000 refugiados, indicou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) nesta terça-feira, alertando que os números estão a aumentar de forma "exponencial".

"Temos agora mais de 660.000 refugiados que fugiram da Ucrânia para países vizinhos nos últimos seis dias", referiu a porta-voz do ACNUR, Shabia Mantoo, num encontro com a imprensa em Genebra.

Na segunda-feira, numa entrevista à Renascença, o diretor-geral da Organização Internacional das Migrações das Nações Unidas (OIM) alertava para o facto de este conflito poder "gerar mais de cinco milhões de deslocados”.

“Temos vários cenários e tudo depende da dimensão da operação militar e da duração do conflito”, afirmou António Vitorino, apelando ao cessar-fogo imediato para que seja possível fornecer ajuda às populações.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e várias centenas de milhares de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo. .