Zelenskiy diz que a Rússia planeia “falsificar” referendo de independência em Kherson
22-04-2022 - 07:33
 • Olímpia Mairos

Presidente ucraniano pediu aos habitantes de Kherson e Zaporíjia que não fornecessem nenhuma informação pessoal, como os números de passaporte, às forças de Moscovo.

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O presidente ucraniano acusou a Rússia de ter planos para “falsificar” um referendo de independência nas regiões de Kherson e Zaporíjia, parcialmente ocupadas.

Nua mensagem vídeo, Volodymyir Zelenskiy pediu aos moradores das áreas sob ocupação russa que não fornecessem informações pessoais, como os seus números de passaporte, às forças russas.

“Exorto os moradores das regiões do sul da Ucrânia - regiões de Kherson e Zaporíjia - a terem muito cuidado com as informações que fornecem aos invasores. E se eles pedirem para preencher alguns questionários, deixe os seus dados de passaporte em algum lugar, você deve saber - isso não é para o ajudar”, disse Zelenskiy.

O Presidente ucraniano acrescentou ainda que o objetivo do Kremlin é falsificar um referendo para encenar um ‘show’.

“E essa é a realidade. Tenha cuidado”, advertiu.

Kiev acusou Moscovo, no início de março, de planear um referendo em Kherson semelhante às eleições da Crimeia de 2014, nas quais um número esmagador de moradores votou pela adesão à federação russa.

Essa votação, que ocorreu depois de a Rússia ter assumido o controle da região, foi condenada como ilegal pelo Governo da Ucrânia e pelos governos do Ocidente.

Os territórios orientais pró-russos de Donetsk e Luhansk também declararam independência após referendos denunciados como ilegítimos pela comunidade internacional.

“Qualquer 'República Popular de Kherson' não vai voar”, alertou Zelensky. “Se alguém quiser uma nova anexação, isso só pode levar a novas e poderosas sanções contra a Rússia.”

Kherson foi a primeira grande cidade a cair para as forças russas após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

O Presidente também lamentou que a Rússia tenha rejeitado a proposta de António Guterres para uma trégua humanitária durante a Páscoa.

O secretário-geral das Nações Unidas propôs um cessar-fogo até domingo, para permitir a entrega de ajuda humanitária e a retirada de civis. Um apelo a que se uniu também o Papa e a Santa Sé.

Num vídeo publicado nas redes sociais Volodymyr Zelensky diz que a rejeição de Moscovo demonstra bem como os líderes russos tratam a fé cristã acrescentando, no entanto, que ainda tem esperança na Paz.

O culto ortodoxo da Páscoa começa na tarde do próximo sábado.

Noutro plano, o presidente ucraniano disse ainda que os discursos que tem feito nos parlamentos, incluindo o português, têm ajudado a estabelecer uma ligação emocional com a Ucrânia e a levar mais ajuda ao país.