Venezuela, o muro "entre a paz e a guerra"
10-02-2019 - 13:45
 • José Bastos

José Pedro Teixeira Fernandes, Carvalho da Silva e Luís Aguiar Conraria analisam a semana.

"Tenhamo-lo muito claro: a maior disjuntiva que hoje tem a Venezuela é entre a paz e a guerra", alertou o presidente uruguaio Tabaré Vázquez na abertura do encontro do chamado 'grupo de contacto' em Montevideu.

Uruguai, México e União Europeia promoveram a reunião - em que esteve presente o ministro português Augusto Santos Silva - com repetidos apelos à serenidade das partes envolvidas e à prudência da comunidade internacional para que uma situação já muito volátil não degenere em guerra civil.

"Evitar a violência interna e a intervenção externa é essencial" afirmou, por seu turno, Federica Mogherini. Para a União Europeia é necessário "abrir caminho para um processo político credível que conduza a eleições antecipadas", tese partilhada por Augusto Santos Silva.

Enquanto a diplomacia se reunia no Uruguai, os militares chavistas ergueram 'um muro' formado por três camiões cisterna e atrelados na ponte fronteiriça de Ureña que liga à Colômbia. A imagem, plena de simbolismo, correu mundo.

Os militares do regime pretendem barrar a entrada de ajuda humanitária para suavizar a tragédia social que se abate sobre os venezuelanos.

O tom dos discursos oficiais elevou-se a graus pré-bélicos. "A ajuda é uma patranha para invadir a Venezuela, disse Diosdado Cabello, o número dois da 'revolução bolivariana'. "Estamos preparados, com as armas prontas para defender o país", prosseguiu Cabello avisando que países como Portugal, ao reconhecer Juan Guaidó, estão a "colocar em perigo a vida dos seus cidadãos".

O papel dos militares, o de Putin e de Trump e a posição de Portugal na crise da Venezuela são tópicos em debate no Conversas Cruzadas onde se olhará antes ainda para a actualidade nacional com a greve cirúrgica dos enfermeiros depois da requisição civil.