Desigualdades e ameaças. Doze frases do "25 de Abril, sempre!" no Parlamento
25-04-2022 - 13:18
 • Ricardo Vieira

Presidente da República aproveitou a sua intervenção para defender a necessidade de mais investimento nas Forças Armadas. Partidos alertaram para as desigualdades que persistem 48 depois da Revolução dos Cravos e para as ameaças à democracia.

Maior investimento nas Forças Armadas, a luta contra as desigualdades, o sexismo e os extremismos na sociedade foram algumas das bandeiras levantadas durante a sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril. Doze frases de uma manhã de discursos na Assembleia da República.

"Dar mais meios imprescindíveis às Forças Armadas não é ser-se de direita ou de esquerda, conservador ou progressista, moderado ou radical, é ser patriota". Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

"E fazer isto não é só tarefa de um Presidente, de um parlamento, de um Governo. Requer um consenso nacional continuado e efetivo acerca das Forças Armadas como pilar crucial da nossa vida coletiva". Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

"Novas forças extremistas procuram saciar impulsos emotivos de quem está mais fragilizado. A solução não são absurdos cordões sanitários. A solução está em nós próprios, em romper com tudo aquilo que não funciona de acordo com a lógica do interesse coletivo". Rui Rio, do PSD

“Em dias de ameaças populistas e de recurso à simplificação do que é complexo para instigar ressentimentos entre os cidadãos, a qualidade das instituições democráticas nunca foi tão importante, o respeito pelo outro nunca foi tão fundamental, a preservação do Estado social nunca foi tão decisiva para nos imunizar contra esses riscos”. Pedro Delgado Alves, do PS

“A tentativa de imposição do pensamento único, o levantamento de novas censuras, a hostilização de quem livremente emite uma opinião divergente daquela que é ditada pela ideologia dominante são perigosos elementos de ataque ao regime democrático e, por isso, têm como alvo os seus mais firmes defensores, os comunistas e outros democratas, visando silenciar a sua intervenção”. Paula Santos, do PCP

"Hoje - e talvez nunca tenha sido dito nesta câmara - devíamos olhar para os portugueses e dizer: desculpem porque falhámos. Falhámos na justiça que construímos, falhámos no império que se dissolveu e que deixou outros países à sua mercê e famílias à sua sorte, nos jovens que querem emigrar como nunca no país que lhes tinha prometido ser o país da prosperidade, falhámos aos pensionistas e reformados que têm hoje o pior poder de compra da União Europeia". André Ventura, do Chega

"[Presidente da República] Não condecore aqueles que torturaram, mataram e expropriaram em Portugal. Quem cometeu atos terroristas, quem patrocinou e promoveu nacionalizações e expropriações não pode ser um herói, tem de ser considerado aquilo que é, um bandido". André Ventura, do Chega

"Há um ano falei-vos do Portugal na sua caminhada do império até ao 25 de Abril, à descolonização e à democracia. E nunca é de mais e agradecer o gesto refundador dos capitais de Abril. Pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto, ele foi único, singular e decisivo. Sem ele não haveria hoje uma Assembleia da República livre com vozes livres. Não há como esquecê-lo na escrita ou na reescrita da História". Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

“Para que esta sessão aconteça, para que a sala esteja pronta para a solenidade, há centenas de pessoas nos bastidores da democracia. Vemo-las mesmo? Que atenção temos dado, enquanto sociedade, a todas estas pessoas sem as quais o mundo não funciona? Nos supermercados e nas cantinas, nos transportes e nas escolas, nos call centers e nas empresas, nos serviços e na indústria. Nas casas”. José Soeiro, do Bloco de Esquerda

“Falta a Portugal o inconformismo de Abril para romper a estagnação. Abril confiou-nos esta difícil missão: a de continuar a querer saber – da política, de Portugal, da Europa e do Mundo. A de continuar a querer saber do futuro”. Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal

“Abril ainda não tem rosto de mulher quando a cada dia 50 mulheres são vítimas de violência doméstica, em que o agressor é desculpado por uma justiça lenta. Os mais altos cargos do estado fazem-se com rosto masculino. É preciso lutar pelo fim do sexismo”. Inês Sousa Real, do PAN

"A democracia que construímos com o 25 de Abril, representou finalmente uma possibilidade de acesso ao ensino para todos numa escala e de uma forma que nunca tinha existido na história de quase 900 anos deste país". Rui Tavares, do Livre