Durão Barroso. Mil milhões de vacinas Covid devem chegar aos países pobres até ao final do ano
18-10-2021 - 21:05
 • Manuela Pires

Líder da aliança global das vacinas (GAVI) acredita que será possível acelerar a distribuição de vacinas contra a Covid-19 pelos países mais pobres. Mil milhões é um objetivo exequível, garante Barroso em entrevista à Renascença.

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Durão Barroso reconheceu, esta segunda-feira, que há um atraso na distribuição de vacinas contra a Covid-19 aos países mais pobres.

O presidente da aliança global das vacinas (GAVI) diz, contudo, acreditar que é possível uma recuperação, mas sem que seja alcançada ainda a equidade.

Em declarações à Renascença, o antigo presidente da Comissão Europeia diz que, nesta altura, “já ultrapassámos os 340 milhões” de vacinas distribuídas, “mas o corpo executivo da COVAX diz-me que vamos ultrapassar as mil milhões de doses ou um pouco mais até ao final do ano”.

Barroso, que participou, esta segunda-feira, numa conferência organizada pela Universidade Católica Portuguesa, no Estoril, admite que muitos problemas estão agora ultrapassados como por exemplo a falta de vacinas, o facto de os governos terem acumulado doses e terem impedido as exportações das vacinas.

Apesar disso, Durão Barroso continua a apelar aos países mais ricos para não baixarem os braços, continuarem a definir como prioridade o combate a esta pandemia e permitirem uma distribuição equitativa das vacinas pelo mundo.

A cimeira do G20 que reúne os países mais ricos no final deste mês em Roma é um momento importante para dar esse sinal. “É um grande momento para os países do G20 mostrarem que não se esqueceram desta pandemia. Há uma grande parte do mundo que ainda não está vacinada. O combate às alterações climáticas é um dos pontos da agenda da reunião de Roma, mas espero que o combate á pandemia também seja discutido” refere Durão Barroso que revela à Renascença que na semana passada reuniu-se com Mario Draghi precisamente para sensibilizar para este ponto.

O líder da aliança global das vacinas acredita que, nos primeiros meses do próximo ano, a COVAX vai ter vacinas suficientes, mas o problema está depois nos países de destino que não estão preparados para criar um sistrema eficaz de vacinação.

“Em alguns destes países é terrível porque não há nada, podem chegar as vacinas, mas não há frigoríficos para as armazenar nem seringas para as administrar” conta Durão Barroso que tem mantido contactos com vários líderes africanos para os sensibilizar para este problema”, sublinha.

A aliança global das vacinas, a OMS e a UNICEF estão no terreno para ajudar estes países a aplicar um sistema que permita vacinar toda a população. Até agora e segundo os dados revelados por Durão Barroso apenas 5% da população em África está vacinada contra a Covid-19.