​Crimes informáticos. Um milhão de pessoas vítimas de roubo de dados em 2019
04-09-2019 - 10:39
 • André Rodrigues , com sonorização de José Luís Moreira

Um em cada quatro computadores tem um programa de “malware” revela um estudo russo.

De acordo com o mais recente relatório da Kaspersky – uma empresa russa de softwares de segurança para a internet, só nos primeiros seis meses de 2019, pelo menos, um milhão de utilizadores do ciberespaço foram vítimas roubo de palavras-passe e outros dados confidenciais.

Mais 60% dos casos registados nos primeiros seis meses do ano passado.

Fixe este nome, embora possa esquecer-se logo depois de o ouvir ou ler: o 'Azorult' é um dos malware mais utilizados e difundidos para roubar dados. Funciona como o cavalo de Tróia. Introduz-se discretamente, às vezes, através de um clique inocente numa publicidade mais sedutora. E uma vez dentro do sistema, faz o que quer com as suas passwords, com os dados das aplicações que mais utiliza.

Um em cada quatro computadores analisados pelos especialistas da Kaspersky tinha 'Azorult' à solta.

Mas porquê que tudo isto acontece? Era bom que a evolução tecnológica andasse a par com a evolução das ferramentas de proteção contra pessoas menos bem-intencionadas.

Mas neste universo das novas tecnologias, tudo aconteceu e continua a acontecer demasiado rápido. A nossa vida pessoal e económica deixou de ser tratada em papéis para se desmaterializar no universo virtual, e isso faz aumentar o número de hackers, as participações e os processos em tribunal por pirataria informática.

Mais 52% nos últimos três anos.

Já agora, fixe mais este número e um nome: Paige Thomson, antiga engenheira informática da Amazon é responsável por uma das maiores violações de dados da história da banca: 106 milhões de clientes de um banco norte-americano, o Capital One, viram os seus dados pessoais expostos em público.

A boa notícia no meio de tudo isto é que Paige foi apanhada pelo FBI e enfrenta uma acusação de crime informático, abuso e fraude que pode valer-lhe 5 anos de prisão e 225 mil euros de multa.

Mas depois do mal feito, ninguém pode dar garantias de que os dados destes 106 milhões de clientes e de outros apanhados em esquemas semelhantes não caiam nas mãos erradas.

Por isso, da próxima vez que estiver a consultar a sua conta bancária no computador ou na aplicação tenha lá paciência de cada vez que lhe for pedido que dê as três coordenadas do cartão matriz, ou quando lhe pedirem que insira aquele código PIN que lhe enviaram por SMS para concretizar uma transferência bancária.