Autarca de Loulé em Marrocos. "As pessoas corriam de um lado para o outro"
09-09-2023 - 09:02
 • João Pedro Quesado , Pedro Mesquita

Vítor Aleixo conta à Renascença que passou a noite ao relento. Grupo de autarcas portugueses está em Marraquexe para conferência sobre geoparques.

O presidente da Câmara Municipal de Loulé descreve o terramoto que abalou Marrocos na noite desta sexta-feira como "um grande susto". Em declarações à Renascença, Vítor Aleixo explicou que um grupo de autarcas portugueses passou a noite ao relento depois do abalo, receando sentir réplicas depois do pânico inicial.

Um terramoto a sudoeste de Marraquexe matou, esta sexta-feira à noite, pelo menos 632 pessoas. O abalo de 6,8 na escala de Richter ocorreu a sudoeste de Marraquexe e também fez pelo menos 329 feridos.

Em Marraquexe para uma conferência internacional sobre geoparques, Vítor Aleixo contou que "as pessoas corriam de um lado para o outro" no hotel em que o grupo de autarcas algarvios ficou hospedado, "tentando proteger-se".

"Uns saíram dos quartos para fora do hotel e depois passamos a noite ao relento", explicando que a administração do hotel comunicou que "não podíamos continuar dentro dos quartos".

"Cada um acomodou-se como pôde, agasalhou-se e passámos a noite ao relento, enfim, sempre naquela expectativa de acontecer mais", disse Vítor Aleixo.

No hotel, o grupo de autarcas não tem perceção das operações de busca e salvamento, mas Vítor Aleixo sublinhou que o ambiente é de "tristeza" e de "atitude expectante" face ao que vai acontecer de seguida. "Estamos todos um pouco deprimidos e tristes com toda esta situação", declarou.

O autarca disse ainda que já ouviu "números superiores" de mortos face aos oficiais, mas não se "atreve" a citá-los. "Não tenho base nenhuma para isso. Os balanços estão sempre em atualização".

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a atividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23h11 de sexta-feira. O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe.
O terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros, e foi sentido em Portugal com alguma intensidade, em localidades como Faro, Loulé, Portimão, Cascais, Lisboa e Torres Vedras.