Associação da GNR contra discurso de André Ventura no protesto das forças de segurança
21-11-2019 - 20:03

“Não entendemos como é que o deputado utilizou uma manifestação apartidária, que é dos polícias, para usar da palavra”, afirma César Nogueira.

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O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, critica o discurso do deputado do Chega, André Ventura, na manifestação das forças de segurança, desta quinta-feira, em Lisboa, acusando-o de "aproveitamento político".

“Não entendemos como é que o deputado utilizou uma manifestação apartidária, que é dos polícias, para usar da palavra”, afirma o dirigente da APG/GNR.

“Não o deveria ter feito. Infelizmente, aconteceu. Foi um erro por parte do deputado, não foi um erro por parte dos manifestantes. Mas ele como deputado deveria saber que não o poderia saber”, sublinha César Nogueira.

Mais de 13 mil elementos da PSP e militares da GNR manifestaram-se em Lisboa, junto ao Parlamento, para exigir que o Governo cumpra as promessas e atenda às suas reivindicações de melhorias salariais e profissionais.

O deputado do Chega e conhecido comentador futebolístico benfiquista saiu da Assembleia da República e foi saudar os manifestantes. Depois, usou um megafone da organização da manifestação de polícias para fazer um discurso.

Vários outros políticos foram cumprimentar os manifestantes em frente à Assembleia da República e prestar declarações à comunicação social, mas André Ventura foi mais longe e subiu ao palco improvisado numa camioneta e usou o megafone da organização do protesto para fazer um discurso para a multidão.

O protesto desta quinta-feira, que decorreu de forma pacífica de juntou cerca de 13 mil manifestantes, pode voltar a repetir-se a 21 de janeiro, se o Governo não encontrar uma resposta para as reivindicações das forças de segurança já no Orçamento do Estado para 2020.

"Caso não vejamos contemplado no Orçamento do Estado para 2020 o montante para solucionar parte das reivindicações teremos que vir fazer outra manifestação no dia 21 de janeiro para mostrar novamente esse descontentamento, porque estamos fartos de promessas", sublinhou César Nogueira.