Líbia. Avião de guerra ataca único aeroporto da capital em funcionamento
08-04-2019 - 14:08
 • Renascença com Reuters

No domingo, o Exército Nacional realizou um primeiro ataque aéreo nos arredores de Trípoli com o objetivo de tomar a cidade. ONU mantém apelo para trégua humanitária.

Um avião de guerra atacou esta segunda-feira o aeroporto de Mitiga, situado no subúrbio de Trípoli, o único ainda em funcionamento na capital líbia.

Para já, há pouca informação disponível sobre este ataque. Segundo a agência Reuters, as autoridades líbias já procederam ao encerramento do aeroporto. Foram avistados passageiros a deixar o terminal.

Segundo a ONU, cerca de 2.800 pessoas já de Tripoli e arredores por causa do recrudescer do conflito com a ofensiva militar do marechal Khalifa Hafter sobre a capital.

"A escalada da violência está a aumentar ainda mais a miséria de refugiados e migrantes arbitrariamente detidos em centros de detenção em áreas de conflito ativo", indica a coordenadora humanitária das Nações Unidas na Líbia.

Maria Valle Ribeiro lembra por isso, a todos os envolvidos neste conflito, as suas obrigações dentro do Direito Internacional dos Direitos Humanos, de modo a garantir a segurança de civis e infraestruturas civis, incluindo escolas, hospitais e serviços públicos, e permitir o acesso humanitário livre e contínuo a todas as áreas afetadas.

A missão da ONU na Líbia (Manul) lançou um "apelo urgente" para uma trégua de duas horas nos subúrbios de Trípoli, no sul do país, para permitir a retirada de feridos e civis diante da escalada militar.

Segundo o Ministério líbio da Saúde, os confrontos no sul da capital mataram, nesta segunda-feira, pelo menos 25 pessoas, incluindo civis, e deixaram 80 pessoas feridas.

No domingo, violentos combates nas proximidades de Trípoli opuseram as forças paramilitares do marechal Haftar, que quer conquistar a capital, e as tropas do Governo de União Nacional (GNA, sigla em inglês), administração líbia que é reconhecida pela comunidade internacional.

Os Estados Unidos pediram, entretanto, “um cessar imediato” da ofensiva do marechal Haftar.

As grandes potências não conseguiram ainda encontrar, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), uma posição comum sobre a crise na Líbia.

Rica em petróleo, a Líbia ficou dilacerada após a queda do Presidente Muammar Kadhafi em 2011, com múltiplos conflitos internos.

Entretanto, a ofensiva lançada na quinta-feira pelas forças do marechal Haftar, homem forte no leste do país que quer tomar Trípoli e estender seu domínio no oeste, marca uma clara degradação entre as duas principais forças que lutam pelo poder no país.